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Alterações na energia penalizam lucros e avaliação da EDP

Analistas ainda divergem na dimensão do impacto que as alterações regulatórias terão na EDP, mas são unânimes em considerar que afectará os resultados e a avaliação e forma negativa. A Kepler Cheuvreux cortou o preço-alvo para 2,27 euros.

07 de Outubro de 2013 às 09:47
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Os analistas voltam esta segunda-feira a avaliar o impacto das medidas anunciadas pelo Governo que afectam o sector energético. Apesar da escassez de informação ainda disponível sobre o assunto, concluem que os resultados e a avaliação da EDP são penalizados, embora as estimativas sejam ainda divergentes.

 

O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, revelou que o Governo vai reduzir em 1.400 milhões de euros os custos com a energia, sendo que em 2014 a receita adicional com este sector será de 100 milhões de euros.

 

Numa análise citada pela Bloomberg, a Kepler Cheuvreux calcula que a EDP absorva um impacto anual de 150 milhões de euros com estas medidas, pelo que cortou o preço-alvo da eléctrica portuguesa de 2,80 euros por acção para 2,27 euros.

 

Os analistas portugueses também quantificam o impacto das medidas na EDP, embora mantenham para já o preço-alvo inalterado, pois não são ainda conhecidos todos os detalhes sobre o pacote que o Governo pretende implementar.

 

“É ainda cedo para levar a cabo uma análise detalhada e não sabemos ao certo como a taxa vai ser aplicada, mas assumindo que afecta toda a geração de energia excepto as renováveis (…), estimamos um impacto negativo de 2% no EBITDA de 2012 e um impacto negativo de 6% no lucro por acção de 2014”, referem os analistas do BPI, acrescentando que se estas medidas forem permanentes o preço-alvo será afectado em 5%. O BPI tem um preço-alvo de 2,80 euros para a EDP, com uma recomendação de “neutral”.

 

Por outro lado, o BPI Equity research salienta que a extensão dos CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual) “vem eliminar incertezas sobre a potencial ameaça de eliminar estas receitas da EDP, dado que a redução efectiva [de custos para o sistema eléctrico] vai implicar uma extensão do período [dos CMEC], de modo a compensar a EDP”.

A Espírito Santo Research, unidade de “research” do BESI, adianta que a empresa liderada por António Mexia parece ser mais afectada pela taxa a aplicar em 2014 aos produtores de energia, com a qual o Governo pretende angariar 100 milhões de euros.

 

O BESI calcula que as medidas terão um impacto negativo de 4% nos lucros por acção da EDP em 2014, a que pode acrescer mais 4% através de medidas fiscais. “Notamos que estamos ainda dependentes de muitos detalhes” para efectuar uma análise completa, “pelo que esta é um cálculo muito preliminar e temos dúvidas que o Governo venha a ter sucesso na monitorização para que as empresas não passem estes custos para os consumidores”.

 

As acções da EDP têm reagido negativamente a estas notícias, estando hoje a descer 1,31% para 2,552 euros, depois de na sexta-feira terem fechado a cair perto de 4%.

 

O BESI considera que a reacção negativa das acções da EDP “terá sido suficiente, dado o detalhe que temos actualmente” sobre as medidas.

 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

 

  

 

 

    

 

 

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