Notícia
Quatro gestoras de fundos dos EUA controlam mais de 13% da ES Saúde
Fundos da Fidelity, Invesco e T.Rowe Price adquiriram participações qualificadas na Espírito Santo Saúde desde a oferta pública inicial. O facto de o Grupo Espírito Santo manter uma participação de 51% na empresa pode justificar a ausência de posições nas mãos de outros operadores de cuidados de saúde. A ES Saúde fechou em alta esta segunda-feira pela primeira vez.
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Há, pelo menos, quatro gestoras de fundos norte-americanas no capital da Espírito Santo Saúde. Juntas, controlam mais de 13% dos direitos de voto da empresa de cuidados de saúde. São novas accionistas de referência que entraram no capital da ES Saúde na sequência da oferta pública de venda que a levou para a bolsa.
A Fidelity Management & Research detém 2,62% dos direitos de voto da empresa liderada por Isabel Vaz (na foto), tendo superado a fasquia dos 2% a 12 de Fevereiro, a passada quarta-feira. A Fidelity International Limited possui, desde a mesma data, uma posição de 2,93%. A também a gestora norte-americana Invesco tem, por sua vez, uma posição de 2,982% da ES Saúde desde 11 de Fevereiro.
As participações na proprietária do hospital da Luz destas gestoras norte-americanas foram divulgadas em comunicados através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), dado que, quando superam os 2% ou os 5% a isso são obrigadas.
Na semana passada, já a T. Rowe Price havia comunicado ter adquirido uma participação accionista representativa de 5,01% dos direitos de voto na operadora de cuidados hospitalares.
Em conjunto, estas gestoras de fundos de investimento têm uma posição superior a 13% dos direitos de voto da ES Saúde. “Geralmente, estas três gestoras tomam posições de compra a longo prazo e assumiram participações de natureza puramente financeira na Espírito Santo Saúde. Estes investidores não deverão ser decisivos nem ter uma abordagem activista na estratégia da empresa”, comenta, por e-mail, o gestor da XTB Portugal, Steven Santos.
Empresas do sector não devem apostar na ES Saúde
A entrada destas entidades na detentora do Hospital da Luz foi possível devido à abertura do seu capital a investidores, que aconteceu com a oferta pública de venda. A Espírito Santo Health Care Investments, cujos detentores estão ligados ao Grupo Espírito Santo, quis alienar 49% do capital da ES Saúde, ficando com os restantes 51%.
Uma decisão que atraiu fundos de investimento mas que deverá manter afastadas entidades do sector, segundo Steven Santos. “Uma vez que a Espírito Santo manteve uma participação maioritária na empresa, não esperaria que outras operadoras de cuidados de saúde ou investidores ligados ao sector tentassem construir posições estratégica”, opina.
A aposta dos fundos de investimento na ES Saúde não surpreende o gestor da XTB, “uma vez que a T.Rowe Price, a Invesco e a Fidelity Management & Research integram a lista dos principais accionistas da norte-americana Hospital Corporation of America (HCA) Holdings”, além de que a Invesco está, também, na operadora de cuidados de saúde Orpea.
A primeira subida à quarta sessão
A oferta pública de venda dispersou o capital por investidores, sendo que 39,2% passou para os institucionais (como bancos ou fundos de investimento), 9,27% para o público em geral (pequenos investidores) e 0,53% por colaboradores. Estes valores podem, agora, alterar-se com as compras e vendas em bolsa. Desde quarta-feira, 12 de Fevereiro, que a ES Saúde está a negociar no mercado de capitais.
Nestes dias, o desempenho da cotada não está a ser positivo. Tendo começado a negociar nos 3,20 euros (preço a que as acções foram adquiridas na oferta pública de venda), as acções caíram na primeira sessão para os 3,13 euros. É nesse valor que hoje fechou, o que aponta uma queda de 2,2% desde a estreia.
Nas quatro sessões que já viveu em bolsa, a ES Saúde já fechou com todos os comportamentos: negativo, inalterado e, esta segunda-feira, positivo. Isabel Vaz viu esta segunda-feira os títulos a encerraram uma sessão em bolsa no verde pela primeira vez. Somaram 0,32% para os 3,13 euros. Ao valor de fecho, a empresa ficou avaliada em 299 milhões de euros.