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China anuncia medidas para combater crise imobiliária após queda de quase 10% nos preços

O mercado da habitação na China está em declínio há vários anos, após Pequim ter adotado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras.

A gigante Country Garden, que entrou no mês passado em incumprimento da dívida, deu o maior contributo negativo para os dividendos na China.
Reuters
17 de Maio de 2024 às 10:09
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A China anunciou esta sexta-feira novas medidas para revigorar o setor imobiliário, depois de os últimos dados terem revelado que os preços da habitação caíram quase 10% desde o início do ano.

O banco central anunciou que vai reduzir a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitação.

O mercado da habitação na China está em declínio há vários anos, após Pequim ter adotado medidas contra o endividamento excessivo das construtoras, arrastando consigo um vasto leque de outros setores -- como o mobiliário e eletrodomésticos.

Muitos projetos estão agora parados, por acabar.

He Lifeng, vice-primeiro-ministro, disse que as autoridades vão implementar políticas adequadas a cada cidade e "travar a dura batalha de lidar com o risco de habitação inacabada".

"Vamos avançar solidamente com tarefas - chave como a garantia de entrega de habitação e a absorção da habitação comercial existente", disse He Lifeng, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, durante uma teleconferência de alto nível sobre políticas imobiliárias.

O esforço para atrair mais famílias para a compra de casa ganhou ímpeto depois de medidas anteriores, como a redução das taxas de juro e o financiamento apoiado pelo Governo, não terem conseguido atrair compradores para o mercado, numa altura em que os promotores imobiliários se debatem com a entrega de habitações já prometidas e pagas.

A crise tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas -- cerca de 70%, segundo diferentes estimativas.

O Banco Popular da China anunciou que, a partir de sábado, a taxa de juro para empréstimos de 5 anos para compra de habitação vai ser reduzida em 0,25% para 2,35%. A taxa para os empréstimos a mais de 5 anos cai também 0,25%, passando para 2,85%.

A entrada mínima para os empréstimos para primeira habitação será de 15% do preço de compra. Para as segundas habitações, será de 25%, segundo a agência.

O Gabinete Nacional de Estatística do país reconheceu que a procura interna -- despesas dos consumidores e das empresas -- continua a ser "insuficiente" e afirmou que o Governo está a estudar novas formas de revitalizar a indústria imobiliária, depois de os preços da habitação terem caído 9,8% entre janeiro e abril, em termos homólogos.

"A complexidade, a gravidade e a incerteza da atual conjuntura externa estão a aumentar significativamente. A procura interna efetiva é insuficiente, a pressão sobre as empresas é elevada e existem muitos riscos e perigos ocultos", afirmou Liu Aihua, porta-voz do gabinete.

"A base para a recuperação precisa de ser reforçada", disse.

O Conselho de Estado (Executivo) tem planeado para hoje realizar uma conferência de imprensa centrada no setor imobiliário.

Uma das principais estratégias que está a ser implementada envolve a compra, por parte dos governos locais, de apartamentos que não foram vendidos devido à fraca procura, para serem arrendados como habitação a preços acessíveis, em programas experimentais que parecem ter-se tornado uma política nacional.

A revista Caixin noticiou que o Ministério da Habitação, o banco central, outras agências governamentais e bancos estatais estão a criar um grupo de trabalho conjunto para pensar em formas de revitalizar o setor.

No primeiro trimestre do ano, a construção de novas habitações caiu quase 25% e as vendas, medidas pela área útil, desceram 20%, em termos homólogos. O financiamento de projetos imobiliários caiu 25%.
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