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Excedente externo sobe para 2,2 mil milhões no primeiro trimestre do ano

Portugal melhorou o saldo da balança de pagamentos até março devido à diminuição do défice da balança comercial de bens e ao aumento do excedente na balança de serviços, especialmente devido ao turismo. Valor compara com um excedente de 0,6 mil milhões de euros em igual período de 2023.

Depois do primeiro trimestre, o turismo vai continuar a puxar pelo crescimento económico, mas o balão pode esvaziar até ao final do ano.
Pedro Catarino
17 de Maio de 2024 às 11:19
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A economia portuguesa registou um excedente externo de 2,2 mil milhões de euros até março, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Em comparação com igual período do ano passado, o saldo positivo da balança de pagamentos aumentou 1,6 mil milhões de euros, devido à diminuição do défice da balança de bens e ao aumento do excedente na balança de serviços

"Até março de 2024, o excedente das balanças corrente e de capital foi de 2,2 mil milhões de euros, o que compara com um excedente de 0,6 mil milhões de euros em igual período de 2023", indica o BdP.

A contribuir para essa evolução esteve, por um lado, uma diminuição do défice da balança de bens para 494 milhões de euros, refletindo o facto de as importações portuguesas de bens terem caído mais do que as exportações, depois de o primeiro trimestre ter sido marcado por uma quebra nas trocas comerciais. O BdP indica que as importações caíram 1248 milhões de euros (-4,9%), enquanto as exportações encolheram 755 milhões (-3,8%).

Por outro lado, o excedente externo é também explicado pelo aumento do excedente da balança de serviços, de 852 milhões de euros, o que significa que Portugal está a exportar mais serviços do que os que está a importar. Em grande medida, esse aumento do excedente da balança de serviços beneficiou da evolução do saldo de viagens e turismo, que justificou "mais de metade da variação, com um aumento de 555 milhões de euros".

Além disso, observou-se uma diminuição do défice da balança de rendimento primário, de 140 milhões de euros, "devido essencialmente ao maior recebimento de subsídios". Na balança de rendimento primário incluem-se os pagamentos e recebimentos de rendimentos de fatores como o trabalho ou o capital, como salário, dividendos e juros.

No que toca à balança financeira, o saldo (que traduz a capacidade de financiamento da economia) foi positivo em 1.486 milhões de euros. Esse resultado reflete o aumento dos ativos sobre o exterior, de 11.185 milhões de euros, "resultante maioritariamente do investimento de bancos e das administrações públicas em títulos de dívida emitidos por não residentes (5.262 e 1.106 milhões de euros, respetivamente), e ainda do acréscimo dos empréstimos concedidos por sociedades não financeiras a entidades intragrupo não residentes (2.066 milhões de euros)".

Por outro lado, os passivos aumentaram 9.700 milhões de euros, "devido, sobretudo, ao aumento de títulos de dívida detidos por não residentes, emitidos pelas administrações públicas e bancos (7.345 e 3.073 milhões de euros, respetivamente), aos aumentos de capital nas sociedades não financeiras por parte de entidades não residentes do mesmo grupo económico (1.810 milhões de euros) e ao aumento dos depósitos de não residentes nos bancos nacionais (2.152 milhões de euros)". "Estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução dos passivos em depósitos do banco central (3.247 milhões de euros)", indica o BdP.


(notícia atualizada às 11:35)

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