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Economia portuguesa regista excedente externo de 2,1 mil milhões no primeiro semestre
Excedente das balanças corrente e de capital nos primeiros seis meses do ano correspondeu a "1,6% do PIB semestral", segundo o Banco de Portugal. Valor compara com um défice de 2,9 mil milhões de euros verificado no período homólogo. Rácio da dívida externa líquida caiu para mínimos de 2007.
Esta evolução das contas externas reflete sobretudo uma diminuição do défice da balança de bens e um aumento do excedente da balança de serviços, sobretudo devido ao forte dinamismo no setor das viagens e turismo, e do excedente da balança de capital, devido ao "recebimento de ajudas ao investimento e à maior cedência de licenças de carbono".
No caso da balança de bens, verificou-se uma diminuição de 531 milhões de euros, com as exportações a crescerem mais do que as importações. As exportações de bens cresceram 1.223 milhões de euros (3,3%) nos primeiros seis meses do ano, enquanto as importações cresceram 692 milhões de euros (1,4%).
Já a balança de serviços registou um aumento do excedente na ordem dos 3.808 milhões de euros. A evolução do saldo de viagens e turismo justificou "mais de metade da variação, com um aumento de 1.942 milhões de euros". Ao mesmo tempo, a balança de capital aumentou 725 milhões de euros.
"O excedente das balanças corrente e de capital no primeiro semestre de 2023 representa 1,6% do PIB semestral. Este resultado deve-se maioritariamente aos resultados do segundo trimestre do ano", indica o banco central liderado por Mário Centeno. Entre abril e junho, o saldo das balanças corrente e de capital foi positivo em 1.532 milhões de euros.
Rácio da dívida externa líquida cai para mínimos de 2007
Quanto à capacidade de financiamento da economia, o BdP diz que "o primeiro semestre traduziu-se num saldo da balança financeira de 2.849 milhões de euros". Essa evolução reflete um aumento dos ativos, que foi superior à subida dos passivos nos primeiros seis meses do ano.
Os ativos sobre o exterior subiram 6.690 milhões de euros, devido ao investimento das administrações públicas e de bancos em títulos emitidos por não residentes e ao crescimento dos empréstimos concedidos por empresas a entidades não residentes. Já os passivos subiram 3.841 milhões de euros, devido, sobretudo, ao aumento dos depósitos de não residentes nos bancos nacionais (8157 milhões de euros), que foi parcialmente compensado pela redução dos passivos externos do banco central (-5805 milhões).
A contribuir mais para a variação positiva dos ativos líquidos de Portugal perante o resto do mundo estiveram o banco central (6981 milhões de euros), as administrações públicas (4417 milhões de euros), e as instituições financeiras não monetárias (1578 milhões de euros).
Assim, a dívida externa líquida de Portugal reduziu-se de 67,6% do PIB (161,6 mil milhões de euros), no final de 2022, para 61,4% (154,7 mil milhões de euros), no segundo trimestre de 2023. "Trata-se do rácio mais baixo observado desde junho de 2007", dá conta o BdP.
No que toca à posição de investimento internacional, Portugal passou de -84,7% do PIB anual (-202,7 mil milhões de euros), no final de 2022, para -77,6% do PIB (-195,6 mil milhões de euros), no final de junho. Este é o rácio menos negativo da posição de investimento internacional desde o terceiro trimestre de 2006.
(Notícia atualizada às 11:44)