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Wall Street e Twitter fixam novos recordes com aposta na reflação
Os mercados bolsistas dos EUA estabeleceram hoje novos máximos históricos, com os investidores a revelarem mais apetite pelo risco. No final da sessão, o S&P 500 e o Nasdaq recuaram ligeiramente, mas o Dow manteve-se no verde.
Depois de terem estado ontem encerradas para celebração do Dia do Presidente, as bolsas do outro lado do Atlântico regressaram hoje à negociação e a prosseguirem o movimento de subida das últimas sessões, com novos recordes.
Na reta final da sessão, a prudência e tomada de mais-valias levaram a melhor sobre o S&P 500 e o Nasdaq, que acabaram por perder fôlego e terminar no vermelho, mas o Dow manteve-se à tona.
O Dow Jones encerrou a somar 0,20% para os 31.522,75 pontos, depois de durante a sessão ter tocado nos 31.608,63 pontos, o valor mais alto de sempre.
Já o Standard & Poor’s 500 fechou a deslizar 0,06% para 3.923,59 pontos. Na negociação intradiária tocou nos 3.950,43 pontos – o que constituiu um novo máximo histórico.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite encerrou a ceder 0,34% para 14.047,50 pontos, mas estabeleceu um novo recorde durante o dia nos 14.174,56 pontos.
Os investidores estão a preferir ativos de maior risco, como as ações, em detrimento das obrigações. Hoje continuaram a vender dívida soberana dos EUA, o que fez os juros da maturidade a 10 anos superarem os 1,27%, ficando assim acima do nível-chave de 1,25% registado em março do ano passado.
Esta preferência pelo risco deve-se ao facto de os intervenientes de mercado estarem convictos de que os programas de vacinação contra a covid-19 e os estímulos pandémicos que virão da Admistração Biden irão contribuir para uma duradoura retoma económica depois de um ano de confinamentos – o que fez com que os investidores acorressem hoje a ações cíclicas e mais sensíveis à evolução da economia.
As expectativas de mais ajudas orçamentais e monetárias nos EUA e de retoma económica têm estado a estimular a chamada "negociação de reflação" – que é quando existe a perspetiva de um período de crescimento económico e subida da inflação –, o que fez disparar os juros.
"Penso que está em curso, em grande medida, uma negociação de reflação a nível mundial, e observa-se um maior apetite pelo risco por parte dos investidores, comentou à CNN o diretor de análise de mercados globais na MUFG, Derek Halpenny.
Com efeito, os novos planos de estímulos em vários pontos do globo – e não apenas nos EUA – estão prestes a chegar ao terreno, levando os investidores a reforçar a aposta no efeito da reflação – que é assim positiva para as ações e negativa para as obrigações.
São sobretudo as cotadas cíclicas e mais expostas ao andamento da economia que estão a tirar partido deste movimento, mas a tendência de valorização é generalizada a quase todos os setores. E não só às ações, com as matérias-primas também em forte alta.
Nos destaques do dia sobressaiu o Twitter, que fechou a somar 2,88% para 73,97 dólares (um recorde de fecho, o que não acontecia desde dezembro de 2013), depois de durante a sessão ter atingido um máximo histórico nos 74,84 dólares.
Tratou-se da nona sessão consecutiva de subidas para a rede social das micromensagens, que continua a ser impulsionada pelos bons resultados trimestrais reportados na semana passada.
Embora tenha havido alguns receios quanto ao impacto que a expulsão de Donald Trump do Twitter poderia ter nos utilizadores, a empresa revelou um forte aumento do número de utilizadores ativos diários que veem publicidade (os chamados utilizadores monetizáveis) em janeiro, o que animou o mercado.