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Banif desliza pressionado pela visibilidade negativa trazida por ministra das Finanças

Depois de ter chegado já a recuar mais de 8%, o banco liderado por Jorge Tomé desce mais de 5%. Já renovou mínimos históricos, numa tendência que os analistas atribuem à ministra das Finanças, após as declarações de António Costa.

Miguel Baltazar
20 de Outubro de 2015 às 13:46
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Em resposta às acusações do PS, Maria Luís Albuquerque mencionou o Banif. Referiu que a situação do banco não suscita qualquer preocupação. Afirmações que, segundo os analistas, trouxeram alguma visibilidade negativa sobre o banco e explicam as fortes quedas das últimas sessões.

 

Em resposta às declarações de António Costa de que o Governo cessante estaria a omitir aos portugueses informações importantes, Maria Luís Albuquerque refere que nas reuniões com o PS não foram "suscitadas quaisquer preocupações ou informações sobre temas que não sejam do conhecimento público". "Como é o caso do processo de privatização da TAP ou a investigação aprofundada sobre o Banif iniciada pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia", acrescentava o comunicado da ministra das Finanças.

 

Afirmações que estão a penalizar as acções do Banif. O banco desce 5,19% para os 0,0032 euros, depois de ter chegado a afundar 8,15% para o valor mais baixo desde que está cotado em bolsa (0,0031 euros). Com este desempenho, as acções completam três dias de perdas e elevam para 43,74% a queda acumulada desde o início do ano.

 

Além disso, este desempenho tem sido acompanhado de um forte volume de negociação. Até agora, foram transaccionadas 170,9 milhões de acções, o que supera os 93,7 milhões de títulos negociados em média diariamente nos últimos seis meses.

 

"O comunicado da ministra das Finanças parece ser a causa da visibilidade negativa em torno do Banif, acredita Steven Santos. "O facto de o Banif ter sido referido como um assunto sensível nas negociações entre o PSD e o PS foi o suficiente para alarmar os investidores", acrescenta o gestor do BiG.

 

Além do banco, também o dossier da privatização da TAP foi mencionado, mas esta não é uma empresa cotada em bolsa, pelo que "as atenções do mercado e a pressão vendedora incidiram totalmente sobre o Banif", realça Steven Santos que lembra que "continuam a não existir propostas firmes pelo Banif, o que começa a preocupar os accionistas, alguns dos quais se posicionaram para beneficiar da eventual recuperação liderada por um novo accionista".

 

O banco liderado por Jorge Tomé tem sido, aliás, o mais penalizado desde a realização das eleições legislativas a 4 de Outubro. Desvaloriza cerca de 16%, neste período, contrariando o desempenho do sector nacional: o BCP avança 8% enquanto o BPI aprecia mais de 2%. "Vive-se actualmente um clima de turbulência política, muito diferente do contexto de estabilidade governativa em que o Banif foi recapitalizado e simplificado", explica o gestor do BiG.

 

Já Albino Oliveira realça que o movimento de queda pode também ser justificado pelas "preocupações com os rácios de capital do banco, num enquadramento que continua a ser de baixa rentabilidade para o seu negócio, e consequentemente, incapacidade para gerar capital de uma forma orgânica". "Adicionalmente, o valor nominal bastante baixo da cotação do título (0,32 cêntimos por cada acção) representará provavelmente outro motivo para afastar os investidores do título", sublinha o analista da Fincor.

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