A Standard & Poor’s (S&P) colocou a dívida dos bancos portugueses “sob vigilância com implicações ‘negativas’”, segundo comunicado divulgado pela agência de notação através da Bloomberg. Uma decisão esperada desde que a agência deteriorou a perspectiva da dívida soberana para "negativa".

A decisão inclui os bancos portugueses Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial (BCP), Banco Espírito Santo (BES), Santander Totta e Banco BPI. Contudo, a justificação prende-se com as preocupações dos analistas da S&P em torno da dívida soberana. Em causa estão riscos de cumprimento das metas orçamentais de Portugal.

“As acções de ‘rating’ de hoje [sexta-feira] seguem-se à colocação da dívida de Portugal sob vigilância” com implicações negativas. A decisão indica que os bancos portugueses poderão ter as suas classificações de crédito revistas em baixa, caso a agência corte o “rating” da República.

A vigilância ("CreditWatch", na terminologia da S&P) "negativa" significa que a agência de notação poderá cortar o "rating" em análise num máximo de prazo de três meses. No caso da vigilância ser "positiva", a possibilidade é de subida da classificação.

Entre os bancos abrangidos pela decisão anunciada esta tarde, aquele que tem melhor classificação de crédito é o Santander Totta, com “BB” - classificação igual à da República. Já o BES, CGD, BES e BPI têm "rating" “BB-” e o BCP tem outro de “B”.

“Os factores que podem, potencialmente, levar-nos a deteriorar a [classificação da] dívida de Portugal [também] podem ter implicações negativas para a nossa perspectiva sobre a qualidade de crédito da indústria bancária portuguesa, em geral, e dos bancos, individualmente”, lê-se no comunicado.

(Notícia actualizada às 19h36)