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Israel sob ataque do Irão. Petróleo dispara e ouro aproxima-se de recorde

As forças de defesa israelitas alertaram a população para o lançamento de mísseis, pedindo que procurem abrigo com o soar das sirenes. Várias cidades israelitas estão sob ataque. Os mercados financeiros estão a reagir. O crude chegou a valorizar quase 5% e o ouro a subir mais de 1%.

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Está em curso o ataque a Israel, com a confirmação por parte das forças de defesa do país, que anunciaram que o Irão "lançou mísseis contra o Estado de Israel", apelando à população para procurar abrigos, pouco depois das 19:30 locais. As sirenes e explosões soam em várias cidades israelitas, depois de terem sido lançados cerca de 200 mísseis, num aparente ataque mais forte do que o lançado em abril, em duas vagas. 

O sistema antiaéreo israelita começou a intercetar os mísseis que sobrevoaram Telavive, a capital israelita. De acordo com Daniel Hagari, porta-voz do exército, ainda não há registo de vítimas. "As IDF estão a fazer e farão tudo o que for necessário para proteger os civis do Estado de Israel", acrescentou o exército israelita. O contra-almirante acrescentou que o exército "está a monitorizar seriamente a ameaça".

Entretanto, a Guarda Revolucionária do Irão anunciou ter efetuado um ataque com mísseis contra Israel em represália pelas mortes dos líderes do Hamas e do Hezbollah, Ismail Haniye e Hassan Nasrallah, respetivamente.

"Em resposta ao martírio de Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan (ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira Beirute), atacámos o coração dos territórios ocupados", declarou num comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal ISNA.

O ataque foi precedido de um aviso da Casa Branca de que estaria para breve um ataque do Irão a Israel, com possíveis consequências severas, de acordo com um alto responsável norte-americano. Os EUA estariam a preparar-se para defender o aliado, indicou a mesma fonte. O alerta surge depois de as forças israelitas terem atacado o sul do Líbano, por via terrestre.

As várias frentes de conflito com Israel – depois do Hamas, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e também dos houthis do Iémen, há agora um escalar de tensões com o Líbano e Síria e também com o Irão, que apoia o Hezbollah (sendo a sua espinha dorsal financeira) – estão a alvoraçar os mercados, com destaque para o petróleo, devido aos receios de um conflito mais alargado no Médio Oriente, onde há grandes produtores desta matéria-prima.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 3,32% para 70,44 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 3,35% para 74,10 dólares. Os futuros do petróleo chegaram a escalar mais de 5%.

Também o ouro, que é um ativo-refúgio por excelência, está a ganhar terreno, a transacionar perto dos máximos históricos de 2.685,42 dólares por onça atingidos na semana passada. O ouro a pronto (spot) sobe 1,05% para 2.662,10 dólares por onça no mercado londrino de metais (LME). No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do metal amarelo valorizam 1,01% para 2.686,20 dólares por onça.

No mercado cambial, também o iene e o franco suíço – moedas consideradas valores seguros – estão a registar uma apreciação. O dólar, que é outra divisa-refúgio, não estava entre os preferidos como cobertura de risco, seguindo a ceder devido às perspetivas de novos cortes de juros diretores pela Reserva Federal norte-americana.

Já nos mercados acionistas, onde os ativos são de maior risco, a tendência está a ser a oposta. Em Wall Street, os índices estão a recuar, com o S&P 500 a cair 0,80%, o Dow Jones a recuar 0,25% e o Nasdaq a cair 1,40%.   

Recorde-se que o Irão – que fornece armas e dinheiro ao Hamas e ao Hezbollah – está sob embargo petrolífero dos Estados Unidos desde 2018, depois de o então presidente Donald Trump ter descartado o acordo nuclear com Teerão que tinha sido negociado ainda no tempo de Barack Obama. Tem havido conversações no sentido de aliviar ou mesmo levantar estas sanções, mas, se o Irão se envolver no atual conflito, os EUA poderão voltar a endurecer o seu posicionamento.

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