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Sonae, Galp e BCP dão primeiros ganhos numa semana ao PSI-20
A praça portuguesa interrompeu uma série de quatro sessões de quedas, sustentada em resultados e a aproveitar a maré de ganhos nos índices europeus depois do resultado das eleições na Holanda e da decisão da Fed.
O crescimento superior a 20% dos lucros da retalhista liderada por Paulo Azevedo levou os títulos da Sonae a encerrarem o dia com valorizações, que somadas aos ganhos do BCP e da Galp contribuíram para levar o índice accionista português de referência às primeiras valorizações em cinco sessões.
O PSI-20 terminou as negociações desta quinta-feira, 16 de Março, nos 4.604,61 pontos, com uma apreciação de 0,7%. Entre os títulos, 13 avançaram em relação à sessão anterior e quatro caíram.
Do lado do ganhos, o BCP fechou em 16,13 cêntimos por título, um ganho de 1,9% que colocou os papéis do banco liderado por Nuno Amado em máximos de mais de um mês (7 de Fevereiro).
Já o recuo da actividade da construtora Mota-Engil, patente nos dados preliminares de 2016 revelados depois do encerramento da sessão de ontem - quebra de 9% nas receitas e descida de 16% da dívida líquida – levou a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins para uma descida de 3,52% para 1,7 euros, a maior do índice.
O CaixaBI considera que a queda do volume de negócios da construtora foi "significativa" e pior que o esperado e a dívida líquida não caiu tanto quanto aguardado, evidenciando um "maior aumento das necessidades de fundo de maneio".
O aumento de 22,7% nos lucros da Sonae, para os 215 milhões de euros, levou os títulos da retalhista para um ganho de fim de dia de 2,5% para 0,86 euros, a travar três sessões consecutivas de perda de valor. O Haitong, na sua análise às contas da empresa, refere que o EBITDA ficou 4% acima das expectativas, enquanto o CaixaBI refere que o mesmo indicador ficou em linha com o esperado nas unidades de retalho alimentar e não-alimentar.
A travar maiores subidas estiveram os CTT, que perderam 0,19% para 4,814 euros, depois de o BPI ter reduzido o preço-alvo para finais de 2017 de 6,8 euros para 6,3 euros ("risco reduzido"), apesar de ter melhorado a recomendação de "neutral" para "comprar".
Também a condicionar pela negativa estiveram a Jerónimo Martins (com uma perda de 0,48% para 15,53 euros) e a EDP Renováveis (que cedeu 0,15% para 6,11 euros). Fora do índice, nota para a Cimpor, que encerrou a afundar 8,16% para 0,349 euros, em mínimos de 22 de Fevereiro, depois de a cimenteira ter registado prejuízos de 787,6 milhões de euros no ano passado, penalizada pela actividade no Brasil.
Os ganhos da bolsa de Lisboa acompanharam o sinal verde no resto das praças financeiras do Velho Continente, depois de afastada a incerteza geopolítica relacionada com o desfecho das eleições da Holanda, com o partido de extrema-direita PVV a ser derrotado pela formação política europeísta VVD, do actual primeiro-ministro Mark Rutter.
As periféricas do Sul do euro, Milão e Madrid, terminaram a sessão com ganhos superiores a 1%, enquanto a praça de Amesterdão ganhou 0,56%.
A influenciar as negociações está ainda a decisão de ontem de aumentar, pela terceira vez desde 2008, os juros nos EUA, em 25 pontos base, nos pressupostos de uma evolução positiva da maior economia do mundo e de que os futuros aumentos do preço do dinheiro sejam cadenciados como até aqui. Em Nova Iorque, os índices oscilam entre ganhos e perdas.
(Notícia actualizada às 17:00 com mais informação)