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Soares da Costa desvaloriza 15% com resultados a desapontar investidores

A construtora presidida por Castro Henrique ficaram aquém do previsto e o BPI Equity Research diz que a dívida líquida “continua a ser uma preocupação”. Acções registaram a maior queda desde Janeiro de 2012, com o volume de negociação a superar a média diária.

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A Soares da Costa encerrou a sessão a cair 15% para 0,17 euros por acção, com os títulos negociarem pela primeira vez desde que a cotada apresentou os resultados relativos ao final do ano passado, na segunda-feira à tarde após o fecho do mercado. Esta é a queda mais acentuada desde Janeiro de 2012.

 

Na sessão desta terça-feira foram negociadas 408 mil acções, o que compara com a média diária dos últimos seis meses de 282 mil títulos. O mercado reagiu aos resultados relativos ao final de 2012 da mesma forma que os analistas, que consideraram os números desapontantes. 

 

Em 2012, a cotada teve um prejuízo de 47 milhões de euros, sendo que 31 milhões são relativos à actividade do quarto trimestre. 

 

“Os resultados operacionais ficaram abaixo da estimativa devido ao impacto dos fracos resultados na unidade de construção e de itens extraordinários”, considerou a unidade de investimento do BPI na sua nota de “research” diária.

 

As receitas da construtora liderada por António Castro Henriques ascenderam a 183 milhões de euros no quarto trimestre do ano, o que reflecte uma descida de 25% face ao trimestre homólogo e que fica 27% abaixo da previsão do BPI Equity Research.

 

A unidade de construção merece a nota mais negativa por parte dos analistas da casa de investimento. No total do ano, a Soares da Costa verificou um aumento do negócio internacional incapaz de compensar a “queda abrupta” da actividade em Portugal.

 

A dívida líquida da Soares da Costa “continua a ser uma preocupação” para o BPI. O indicador atingiu os 1.024 milhões de euros no final de 2012, uma subida de 18,7% em relação ao ano anterior. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações a amortizações) ficou-se pelos 71,9 milhões de euros em 2012, o que faz com que o rácio de dívida líquida em relação ao EBITDA continue “em níveis elevados”.

 

Neste campo da dívida, o BPI Equity Research relembra o acordo que a construtora fez com a banca em Novembro, para prolongar as maturidades da sua dívida, uma operação de reprogramação do endividamento bancário que só terá um impacto nos resultados de 2013 de 10 milhões de euros, segundo disse António Castro Henriques ao Negócios. O acordo está condicionado a um aumento de capital de, pelo menos, 25 milhões de euros que se deverá realizar até ao final do ano.

 

O aumento de capital tem de ser de um montante mínimo que representa praticamente a actual capitalização bolsista. As acções da Soares da Costa estão a desvalorizar-se 10% em relação ao valor de ontem, ao cotar nos 18 cêntimos, o que avalia a companhia em 28,8 milhões de euros.

 

O “Diário Económico” escreve que, com a operação, a Investifino, presidida por Manuel Fino e que tem 70,8% da empresa, deverá perder a sua posição de controlo por não ter capacidade para acompanhar o aumento de capital.

 

A Parinama, uma das empresas que resultou das partilhas de Salvador Caetano, é detida por Ana Maria Caetano, a mais nova dos seus filhos, e é a segunda maior accionista da construtora, com 11% do capital.

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