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"Short-sellers" da Hindenburg alegam que supervisora da Índia teve fundos "offshore" ligados à Adani

Tanto o grupo liderado pelo multimilionário Gautam Adani como a diretora do supervisor dos mercados financeiros na Índia rejeitaram as acusações.

Amir Cohen / Reuters
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Os "short-sellers" norte-americanos da Hindenburg Research alegaram, este sábado, que a líder do regulador dos mercados financeiros indianos, Madhabi Puri Buch, deteve investimentos em "offshores" também usados pelo grupo Adani. Ambos rejeitaram qualquer incompatibilidade.

A Hindenburg cita documentos de "whistleblowers" para afirmar que Buch e o marido detinham participações num fundo "offshore" que era em parte investido por associados de Vinod Adani, irmão do presidente do grupo Adani, Gautam Adani, segundo a Reuters.

Em declarações à imprensa, Buch disse logo no sábado que as alegações do relatório não tinham fundamento. Já este domingo, a diretora do regulador, falando a titulo pessoal, defendeu que todos os requisitos de divulgação foram seguidos diligentemente e que os investimentos no fundo referido no relatório Hindenburg foram feitos em 2015 a título privado, dois anos antes de entrar para a Comissão de Valores Mobiliários da Índia.

O próprio regulador dos mercados indianos pediu aos investidores para manterem a calma e exercerem a devida diligência antes de reagirem a tais relatórios. Por seu turno, os partidos da oposição indiana exigiram uma investigação parlamentar.

O grupo Adani rejeitou também as acusações e afirmou que a sua estrutura de participações no estrangeiro é totalmente transparente. "O grupo Adani não tem absolutamente nenhuma relação comercial com os indivíduos ou assuntos mencionados neste esforço deliberado e calculado para difamar a nossa posição", disse um porta-voz do conglomerado, citado pela Reuters.

De acordo com a agência, o mesmo porta-voz descreveu as alegações da Hindenburg como "nada mais do que pistas falsas lançadas por uma entidade desesperada com total desprezo pelas leis indianas".

Não é a primeira vez que o grupo se vê a braços com acusações destes "shorte-sellers". Em janeiro de 2023, a Hindenburg publicou um relatório alegando a utilização indevida de paraísos fiscais e a manipulação de ações por parte da Adani, desencadeando um "sell-off" de 150 mil milhões de dólares nas ações do conglomerado, apesar de este negar ter cometido irregularidades. Desde então, os títulos recuperaram apenas parcialmente.

Este relatório levou também à abertura de um inquérito por parte do regulador liderado por Buch, que ainda está a decorrer. O conglomerado Adani é composto por 10 empresas, com atividades em aeroportos, portos, eletricidade, gás e outros setores.

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