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Seadrill duplica de valor em três dias e baralha tácticas dos especuladores

É uma das empresas mais endividadas do sector petrolífero, o que atraiu grandes apostas na descida dos preços. Mas as acções duplicaram de valor em três sessões, colocando pressão nos investidores curtos.

Bloomberg
07 de Março de 2016 às 12:00
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As acções da Seadrill duplicam de valor nas últimas três sessões e ganham 161% nos últimos oito dias. A empresa norueguesa de serviços de perfuração petrolífera "offshore" estava a ser atacada pelos investidores que apostam na descida do preço das acções. Tentavam lucrar com a expectativa de que os baixos preços do petróleo penalizassem a empresa, uma das mais endividadas do sector e que está a preparar uma reestruturação.

Mas o maior accionista da empresa norueguesa veio complicar as contas dos investidores que apostam na descida do valor dos títulos. O milionário John Fredriksen, que detém 24% da Seadrill, começou a vender posições noutras empresas, o que deu um sinal de que estaria disposto a injectar dinheiro na petrolífera. Vendeu um terço da sua posição na Marine Harvest, uma das maiores produtores mundiais de salmão, o permitindo-lhe libertar 510 milhões de dólares, segundo a Bloomberg.

O aumento do poder de fogo do maior accionista levou a que os investidores que apostam na queda das acções da Seadrill começassem a fechar posições. E para piorar a vida aos que tentam ganhar com as quedas, o preço do petróleo também começou a recuperar.

A estratégia de tentar lucrar com a desvalorização é concretizada com o pedido de acções emprestadas. Assim que esses investidores as obtêm vendem-nas e aguardam algum tempo para as recomprar e fechar a posição. Caso o valor das acções desça, lucram com esta estratégia.

Mas por vezes, este tipo de táctica não corre da forma pretendida. Caso as acções comecem a recuperar, os investidores curtos começam a querer fechar as posições para limitar as perdas. E quando as apostas curtas numa empresa são muito elevadas, isso pode levar a uma corrida ao fecho das posições. Para saírem das posições têm de ir ao mercado comprar acções, o que beneficia os preços e obriga outros investidores curtos a fechar a aposta na descida, permitindo recuperações a pique no valor das acções.

E foi isso que aconteceu na Seadrill, com as decisões de Fredriksen a aumentarem a probabilidade de que o plano de reestruturação da empresa, de forma a tornar sustentável a dívida de 11 mil milhões de dólares (10 mil milhões de euros), tenha sucesso. Segundo analistas citados pela Bloomberg, esse plano passa por um aumento de capital de mil milhões de dólares (913 milhões de euros) e a participação de Fredriksen é vista como essencial.

Comentando a evolução das acções, Janne Kvernland, analista do Nordea Bank, explicou à Bloomberg que o que se está a passar "é uma cobertura das posições curtas" e que o mercado por vezes subestima o efeito de quando os investidores começam a ter uma necessidade subida de cobrir essas posições.

Às 11:57, os títulos da empresa disparavam 36,3% para 40,10 coroas norueguesas (4,28 euros), em máximos do ano.

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