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Science4you quer entrar em bolsa antes do Natal num IPO de 15 milhões
A fabricante de brinquedos quer entrar no mercado não regulamentado Euronext Growth através de um aumento de capital e de uma oferta de acções dos actuais accionistas. O objectivo passa por estar cotada antes do Natal, que é a época forte de vendas da fabricante de brinquedos.
A bolsa portuguesa terá em breve uma nova cotada. Depois do falhanço da oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC, agora a Science4you anunciou a intenção de dispersar capital na Euronext Lisbon.
Num comunicado publicado na CMVM, a fabricante de brinquedos portuguesa diz que tem "intenção de lançar uma Oferta Pública de Distribuição (…) e solicitar a respectiva admissão à negociação no sistema de negociação multilateral Euronext Growth". Este é o mercado não regulamentado da bolsa portuguesa, dedicado às empresas com capitalizações mais baixas e do sector tecnológico.
O objectivo passa por emitir novas acções no valor de 8,25 milhões de euros e vender aos investidores acções detidas pelos actuais accionistas, sendo que a operação total pode chegar aos 15 milhões de euros.
Para avançar com a operação, a Science4you terá ainda de entregar o prospecto da operação na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), onde detalhará a oferta, sendo que o documento terá que ser aprovado pelo regulador. O Negócios apurou que já ocorreram contactos iniciais entre a empresa e a instituição liderada por Gabriela Dias.
"É expectável que o IPO seja constituído por uma componente de aumento de capital e outra de venda de acções de actuais accionistas da empresa, podendo chegar até ao montante total de 15 milhões de euros, o que equivale a uma percentagem de capital a dispersar de até 45% do capital social", refere o comunicado.
A empresa salienta que o objectivo deste IPO passa por "dotar a empresa de uma estrutura de financiamento mais diversificada, sobretudo ao nível do seu capital, adequada à continuação da sua expansão e criação de valor para os seus accionistas".
Se conseguir esta avaliação no IPO, a Science4you parte para a bolsa com uma avaliação de 33,3 milhões de euros. Um valor superior ao da Raize, que realizou uma OPV em Junho através da qual angariou 1,5 milhões de euros e ficou avaliada em 10 milhões de euros. A Raize também optou pelo mercado não regulamentado para entrar em bolsa, pois este permite uma operação mais célere e com menor exigência de informação e procedimentos.
Na bolsa antes do Natal
O documento que a Science4you publicou na CMVM não revela mais detalhes, nomeadamente ao nível dos prazos e dos bancos que estão a tratar da operação. Contudo, o Negócios sabe que o objectivo passa por realizar a operação antes do Natal, altura do ano mais relevante para a empresa, dado que é no Natal que se concentra uma importante fatia das vendas da fabricante de brinquedos.
Miguel Pina Martins (na foto), presidente em fundador da empresa, já tinha revelado que a ambição da Science4you passava pelo mercado de capitais. Em Outubro do ano passado, em entrevista ao Negócios, o gestor revelou que a entrada no mercado de capitais era uma "opção interessante para a Science4you" que estava a ser ponderada para o "médio prazo" e nas bolsas internacionais.
Agora, no comunicado onde anuncia o IPO na praça portuguesa, Miguel Pina Martins refere que "esta operação permitirá igualmente dar maior visibilidade e credibilidade da empresa numa importante fase de internacionalização, constituindo também um marco importante e uma nova etapa da empresa 10 anos após ter sido lançada".
A Science4you alcançou receitas de 27 milhões de euros no ano passado, um crescimento de 66% face ao ano anterior, com as vendas nos mercados internacionais a representarem mais de 70% do valor total facturado.
A empresa exporta regularmente para mais de 60 países e conta com uma linha de mais de 500 brinquedos científicos e educativos. O Millennium Fundo de Capitalização, a Portugal Ventures e o Banco Europeu de Investimento são alguns dos principais investidores da empresa, não sendo revelado no comunicado se estão entre os que vão vender acções neste IPO.
A missão da empresa, como destaca Miguel Pina Martins, passa por "alimentar o sonho e reforçar o conhecimento de milhões de crianças em todo o mundo". Acrescenta que "esta operação permitirá continuar esta missão tornando a nossa marca mais forte, reconhecida e capaz de continuar a inovar nesta importante indústria mundial".
(notícia actualizada às 11:15 com mais detalhes sobre a operação)