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Risco de recessão faz Wall Street voltar às quedas após alívio na disputa comercial

Os receios de recessão económica voltaram a dominar as expectativas dos investidores em Wall Street, após um recuo dos EUA na disputa comercial ter levado à subida das bolsas norte-americanas na sessão de ontem.

Reuters
14 de Agosto de 2019 às 14:34
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Após uma subida superior a 1% na sessão de ontem,Wall Street abriu em baixa esta quarta-feira, 14 de agosto. Em causa estão os riscos cada vez mais visíveis de recessão económica, seja nos dados económicos na Europa e na China seja no mercado de obrigações nos EUA

O Dow Jones desce 1,22% para os 25.959,53 pontos, o S&P500 desvaloriza 1,55% para os 2.880,25 pontos e o Nasdaq perde 1,7% para os 7.871,88 pontos.

As bolsas norte-americanas tinham recuperado ontem após os EUA terem adiado a aplicação das tarifas a alguns bens chineses e tirado alguns desses bens da lista à qual vão aplicar taxas aduaneiras. Além disso, foi revelada uma chamada telefónica entre Washington e Pequim e que as negociações vão recomeçar em setembro. 

Contudo, a sessão de hoje está a ser marcada pela divulgação de dados económicos negativos na Europa numa altura em que as bolsas europeias também seguem em baixa. O Eurostat confirmou que o PIB da Zona Euro desacelerou no segundo trimestre, mas a maior preocupação está na Alemanha onde a economia contraiu 0,1% entre abril e junho, um sinal de que as tensões comerciais já tiveram impactos fortes nas economias exportadoras. 

É o caso também da China onde foi revelado que a produção industrial cresceu em julho ao ritmo mais baixo desde fevereiro de 2002, sugerindo que a segunda maior economia do mundo está a ser fortemente penalizada pela guerra comercial com os Estados Unidos.

Com os investidores cada vez mais a temerem a evolução da economia (e dos juros diretores) no futuro próximo, o mercado de obrigações também já começa a dar sinais de alerta.

Hoje a diferença entre os juros da dívida pública dos EUA e do Reino Unido a 2 e a 10 anos passou para terreno negativo pela primeira vez desde a crise financeira de 2007. Ou seja, os investidores já cobram um juro mais baixo a longo prazo do que a curto prazo, inversamente ao que acontece numa altura em que a economia está saudável. A lógica é que a curto prazo há menos risco face ao longo prazo.

Contudo, apesar da inversão de curva de rendimentos ser indicativa de um período negativo na economia, tal não significa que haja uma recessão grave já de imediato. Neil Wilson, chief markets analyst da Markets.com, explica que há um "delay" de cerca de um ano ou dois face aos sinais dos mercados e a evolução da economia, pelo que "a recessão poderá acontecer no próximo ano".

"Este não é um sinal positivo para o mercado", disse Jonathan Golub, analista do Credit Suisse para os EUA, à Bloomberg, referindo que a Fed tem poder para mudar esta dinâmica e o "mercado a dizer que o têm de fazer".

O setor da banca é um dos que mais está a cair dado que a descida dos juros da dívida e dos juros diretores fixados pela Fed, que o mercado espera que desçam, afeta os lucros dos bancos. 

(Notícia atualizada às 14h55 com mais informação)
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