Apesar de ter terminado a sessão desta quarta-feira, 30 de Setembro, a valorizar mais de 3%, o PSI-20 fechou o terceiro trimestre com uma queda de 9,09%. Este desempenho ocorre após um ganho de 24% nos primeiros três meses do ano e de uma que de 7% no trimestre seguinte.

Entre Julho e Setembro, 13 das 18 cotadas que integram o PSI-20 acumularam perdas, enquanto as restantes cinco acabaram por valorizar. O BCP foi a cotada que mais penalizou ao ceder 44,23%, registando o pior trimestre desde o terceiro trimestre de 2011. Depois de ter valorizado mais de 45% no primeiro trimestre, o banco liderado por Nuno Amado já tinha caído quase 18,5% no segundo trimestre.

A indefinição em torno da venda do Novo Banco, e das perdas que os bancos que integram o sistema financeiro terão de contabilizar, está a pressionar a banca nacional, designadamente o BCP. Os investidores estão receosos de que se for exigido aos bancos do sistema nacional um esforço adicional na recapitalização do Novo Banco a ser feita através do Fundo de Resolução (FR), o BCP possa ter de realizar um aumento de capital. O FR é o único accionista da instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha e foi este mecanismo o responsável pela injecção de 4,9 mil milhões de euros na recapitalização do banco que ficou com os activos saudáveis do antigo BES.

Também a incerteza política na Polónia está a impactar negativamente na negociação dos títulos do BCP, isto numa altura em que o partido que lidera as sondagens polacas defende que a conversão dos empréstimos à habitação indexados a francos suíços para a divisa do país (zlotys) abranja todos os empréstimos, o que elevará a factura a suportar pelo BCP.

Já o Banif que desvalorizou 42,97% no trimestre, o pior desde o terceiro trimestre de 2013, foi a segunda cotada que mais prejudicou o PSI-20. Nota negativa também para a Pharol que teve o oitavo trimestre consecutivo a perder.

A impedir que a desvalorização do principal índice nacional fosse mais acentuada estiveram a Altri, os CTT, a REN, a Jerónimo Martins e a Nos.

O maior destaque vai para a Altri que somou 10,28% entre Julho e Setembro, contabilizando o melhor registo entre as 18 cotadas. A cotada voltou a alcançar um trimestre positivo, isto depois de ter caído mais de 17,5% no trimestre anterior.