O PSI20 encerrou a semana a ganhar 8,17%, com as tecnológicas e a banca a liderarem as valorizações, atenuando parcialmente as quedas acumuladas ao longo do terceiro trimestre do ano, que ascenderam a cerca de 11%.

O PSI20 [PSI20] terminou hoje a marcar 7.324,91 pontos, enquanto o PSI30 ganhou 7,85% no conjunto das últimas cinco sessões, para encerrar nos 3.397,24 pontos.

Na semana passada, o PSI20, o principal índice da Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP), já havia registado uma valorização de 4%, beneficiando da subida superior a 21% da Portugal Telecom (PT).

Hoje foi o último dia útil do terceiro trimestre, sendo que na próxima segunda-feira irão entrar em vigor as novas carteiras dos dois principais índices nacionais, que irão depender de um rácio entre a capitalização bolsista e o «free-float» de cada título, com a Cofina [COFI] a substituir a Efacec [EFA] no PSI30 e o PSI20 a manter a actual composição inalterada.

No que respeita a este último índice, vai entrar em vigor a partir da próxima segunda-feira uma limitação máxima de 20% para o peso de cada empresa, uma medida que irá levar à redução da ponderação da PT e do Banco Comercial Português (BCP), os únicos títulos que actualmente ultrapassam aquele valor.

A empresa do PSI20 que registou a maior subida ao longo da última semana foi a ParaRede [PARA], que cresceu 43,59% para terminar nos 0,56 euros (112 escudos ), depois de, no final da semana passada, os accionistas da empresa terem aprovado, em assembleia geral (AG), a realização de um aumento de capital no valor de 55 milhões de euros (11 milhões de contos), no âmbito do plano de reestruturação da companhia.

As participadas da PT ocuparam os lugares seguintes no «ranking» das subidas, com a PT Multimédia (PTM) [PTM] a crescer 19,92% para os 5,90 euros (1.183 escudos) e as acções da PTM.com [PTD] a treparem 18,52% para fecharem hoje a valer 1,60 euros (321 escudos).

As duas empresas beneficiaram do facto da PT [PLTM] ter anunciado a intenção de adquirir acções representativas de um máximo de 1% do capital da PTM, devido às recentes «quedas das acções admitidas à cotação». A operadora revelou ontem que, desde o mês de Julho, aumentou a sua posição no capital da PTM em 2%, para mais de 67%.

A «casa mãe» do grupo liderado por Murteira Nabo, a PT, progrediu 3,64% ao longo das últimas cinco sessões, com as descidas verificadas nos últimos dois dias a diluírem os ganhos semanais, devido ao facto de vários investidores terem aproveitado as subidas da semana passada para realizarem mais-valias, segundo adiantaram operadores ao Negocios.pt.

O BCP [BCP] valorizou 17,27% na semana, para os 4,21 euros (844 escudos), tendo passado a negociar a partir de ontem no Euronext Amesterdão, antecipando a adesão da BVLP à plataforma bolsista pan-europeia, que irá decorrer no início de 2002. A instituição bancária transferiu hoje a sua participação de 8,5% no espanhol Banco Sabadell para uma «holding» holandesa que controla a 100%, denominada BCP Invest NV.

Os restantes títulos do sector bancário também registaram subidas, com o Banco Espírito Santo (BES) [BESNN] a avançar 9,24% para fechar hoje nos 13 euros (2.606 escudos) e o BPI [BPIN] a crescer 3,33% para os 2,17 euros (435 escudos).

A Lehman Brothers reviu em baixa os seus «preços-alvo», a 12 meses, para a banca nacional, avançando com um valor de 14,40 euros (2.887 escudos) para o BES, de 3,70 euros (742 escudos) para o BCP e de 2,50 euros (501 escudos) para o BPI, para ajustar as suas previsões às perspectivas de um maior abrandamento económico causadas pelos ataques terroristas aos Estados Unidos (EUA).

A Electricidade de Portugal (EDP) [EDP] cresceu 13,6%, para os 2,84 euros (569 escudos). O presidente da empresa, Francisco Sánchez, admitiu esta semana que a eléctrica pretende garantir uma «maioria accionista de controle» no capital da espanhola Hidrocantábrico, em conjunto com a Cajastur, e que estão a ser desenvolvidos contactos nesse sentido com a alemã EnBW, que também é accionista da eléctrica asturiana.

Durante a última semana, apenas três empresas registaram descidas no índice PSI20, com a SAG [SAG], que actua no ramo automóvel, a ceder 0,53% para os 1,89 euros (379 escudos), a distribuidora Modelo Continente [MCON] a recuar 0,91% para os 1,09 euros (219 escudos) e a Brisa [BRISA] a desvalorizar 1,86% para os 10 euros (2.005 escudos).

Apesar de ter apresentado a maior queda nas últimas cinco sessões, a concessionária de auto-estradas é a segunda empresa com melhor «performance» no trimestre, ao apresentar uma descida acumulada de 0,1%.

A única empresa do PSI20 que encerrou o segundo trimestre a ganhar face aos valores de fecho da última sessão de Março foi a cimenteira Semapa [SEMA], que valorizou 2,04% nos últimos três meses. Nas últimas cinco sessões, a empresa liderada por Queiróz Pereira avançou 11,11% para fechar hoje nos 4 euros (802 escudos).

A rendibilidade das Obrigações do Tesouro português a 10 anos recuou 10 pontos base para os 5,14% e a do «bund» alemão caiu 9 pontos base para os 4,8%, enquanto nos Estados Unidos a rendibilidade das Obrigações da Reserva Federal a 10 anos cresceu 16 pontos base para os 3,82%.

O euro perdeu 0,54% face à moeda norte-americana na semana, negociando hoje nos 0,9100 dólares.

Em Nova Iorque, o barril de petróleo para entrega no próximo mês [CL1] desvalorizou 9,9% desde o início da semana, cotando nos 23,38 dólares (25,48 euros ou 5.108 escudos), enquanto na Bolsa de Londres, os futuros sobre o «brent», ou petróleo do Mar do Norte [CO1], recuaram 9,48% para os 23,01 dólares (25,08 euros ou 5.028 escudos).