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Pharol perde quase 40 milhões em bolsa com incerteza sobre plano de recuperação da Oi

A empresa liderada por Luís Palha da Silva registou na sessão desta segunda-feira a maior queda em quase um ano e meio, depois da saída do CEO da Oi - de que é principal accionista - aumentar a incerteza sobre a conclusão do plano de recuperação da operadora brasileira.

Luís Palha da Silva, presidente da Pharol, diz esperar que não seja demorada a entrada dos processos em tribunal.
Pedro Elias/Negócios
27 de Novembro de 2017 às 16:59
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A demissão do CEO da operadora brasileira, conhecida na sexta-feira passada, é o mais recente revés no percurso da Oi, aumentando a incerteza sobre a conclusão do seu programa de recuperação e ameaçando as conversações para a reestruturação da sua dívida de 64 mil milhões de reais (17 mil milhões de euros à cotação actual).

E, mesmo a indicação de um sucessor - o director jurídico Eurico Teles Neto, que será presidente executivo interino da companhia - não evitou que a primeira sessão depois da demissão de Marco Schroeder tivesse sido de fortes perdas para o principal accionista da Oi, a portuguesa Pharol.

Os títulos da empresa liderada por Luís Palha da Silva (na foto) fecharam esta segunda-feira, 27 de Novembro, a tombar 12,18% para 0,31 euros, perdendo 38,55 milhões de euros do seu valor em bolsa em relação a sexta-feira passada, colocando a capitalização bolsista do título nos 277,9 milhões de euros. Esta foi a maior descida numa sessão desde finais de Junho do ano passado.

Em São Paulo, as acções da Oi vivem igualmente quedas, mas de magnitude menor: as acções preferenciais recuam 3% para 3,88 reais, enquanto as ordinárias cedem 3,46% para 4,47 reais.

A saída do CEO da Oi foi conhecida na sexta-feira ao início da noite. Segundo a Bloomberg, Schroeder saiu porque não conseguia continuar a trabalhar com a administração e frustrado com a lentidão da acção do governo brasileiro para ajudar a companhia a sair da situação delicada em que se encontra. 

"As reuniões mais recentes da administração tornaram clara a necessidade da minha saída. (...) Juntamente com os meus colegas da administração e da direcção, nos últimos meses vivi grandes desafios para tornar viável a formulação e a aprovação do nosso processo de recuperação judicial," escreveu Schroeder numa carta citada pela agência noticiosa.

O CEO demissionário estava no cargo há quase ano e meio, desde Junho do ano passado, e era nas suas mãos que tinha estado o processo de negociação com os credores e com o Estado brasileiro, no âmbito do seu processo de recuperação.

Na semana passada, o conselho de administração da empresa aprovou as alterações ao plano de recuperação da operadora e das suas subsidiárias. No entanto, segundo duas fontes próximas envolvidas nas negociações com os credores, essas mudanças reduziram drasticamente as hipóteses de resolução neste ano. Desde logo porque não alteraram os principais pontos do plano, que ignoram os credores e favorecem os accionistas, disseram as mesmas fontes à Bloomberg.

Esta segunda-feira, o presidente de um dos credores da Oi, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, considerou a saída de Schroeder como "preocupante". "A saída do presidente Schroeder, até prova em contrário, apenas empurra esse horizonte de obter um plano confortável um pouco mais para longe", afirmou citado pelo jornal brasileiro Valor Econômico.

A próxima assembleia-geral de credores - já adiada por três vezes - está prevista para 7 de Dezembro, mas segundo a mesma agência noticiosa será provavelmente adiada para Fevereiro, para dar tempo ao governo para reestruturar o pagamento de 11 mil milhões de reais (3,4 mil milhões de dólares) devidos pela Oi à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
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