Notícia
Nem um nem outro. Acionistas da Ercros acusam Bondalti e Esseco de subestimar valor da empresa
Grupo industrial italiano Esseco anunciou uma contra-oferta pública de aquisição (OPA) sobre 100% do capital da química espanhola Ercros, oferecendo mais 6,7% do que a portuguesa Bondalti. Acionistas rejeitam valores e dizem que ambas as OPA estão condenadas ao fracasso.
Os acionistas da Ercros, química espanhola que está a ser disputada pela Bondalti e pela Esseco, consideram que tanto a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada em março pela empresa portuguesa como a da contra-proposta italiana, conhecida esta sexta-feira, subestimam o valor da empresa.
Foi pelo menos esse o sentimento manifestado durante a assembleia-geral de acionistas da Ercros, de acordo com o El Economista que explica que as duas OPA não constavam na ordem do dia oficial da reunião anual da cotada, mas que a disputa luso-italiana pela sociedade espanhola acabou por monopolizar o encontro.
Segundo o jornal, os acionistas que intervieram na reunião recusaram tanto a proposta de 3,60 euros por ação da empresa portuguesa do grupo José de Mello como a de 3,84 euros oferecidos pela concorrente italiana. "Valorizamos os nossos ativos e o nosso património líquido, oferecer 4,40 euros por ação era o mínimo para se pegar no telefone", afirmou um dos proprietários.
Outro calculou que o "preço justo" a pagar pela compra da empresa com sede em Barcelona considerando os múltiplos de EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) praticados no setor (entre 8 e 10 vezes), pelo que o valor por cada título deveria ser entre 5,50 e 7,11 euros. Se bem que, de acordo com o El Economista, levou em conta o resultado bruto médio dos últimos anos em não o respeitante ao do ano passado, relativo à fase mais baixa do ciclo da indústria.
O El Economista relata ainda que outros acionistas, que agregam em torno de 12% do capital, estimaram o valor acima de 8 euros por ação e foi, aliás, nessa linha que se manifestou Joan Casas, empresário que, a par com a sua mulher, controla uma fatia de 10% do capital da Ercros: "Estas OPA não têm nenhuma possibilidade de sucesso. Subestimam completamente a empresa".
"O futuro da OPA depende dos acionistas. Se não gostarem votem contra", respondeu o chairman e CEO da Ercros, Antonio Zabalza, de acordo com a imprensa espanhola que informa que o conselho de administração, asessorado pela Evercore Partners International LLP (na parte financeira) e pela Uría Menéndez (na parte legal), ainda não se pronunciou sobre nenhuma das ofertas recebidas, o que foi confirmado em comunicado pela Ercros.
E, segundo apontou Antonio Zabalza, com a entrada da Esseco na corrida - com uma OPA, de carácter voluntário ao contrário da portuguesa - os prazos alargam-se, no mínimo, até janeiro do próximo ano.
Aliás, como confirmou, "existiram conversações entre assessores da Ercros e os da Esseco", ao passo que a oferta da Bondalti "não foi nem solicitada nem consensual".
Quatro "grupos" detém 40% do capital da empresa: Joan Casas, Víctor Manuel Rodríguez (ambos com mais de 6%) e dois grupos de independentes que rondam os 12% cada.
Antonio Zabalza, no cargo desde 1996, também esteve debaixo de fogo por causa da sua gestão, contrapondo que "se uma empresa provoca uma disputa entre doos grupos internacionais é porque vai bem".
Mas essa tese não colheu, pelo menos junto de Víctor Manuel Rodríguez, o advogado que se tornou o maior acionista individual da empresa, após reforçar a sua participação em plena OPA. "Lançam-nos uma OPA porque a empresa vai bem? Isso é falso. Lançam-nos uma OPA porque a empresa vai muito mal".
"Entendo que não nos deixará sozinhos, porque seria sair de forma desonrosa. Isso irá acontecer se a OPA não satisfaz os interesses dos acionistas", afirmou, antes de deixar uma mensagem aos restantes investidores: "Estamos sozinhos diante da OPA. Não podemos contar com o conselho. A única coisa que fará ser atuar com passividade. Não nos defenderá. Nem ele nem o assessor legal", acrescentou.
Foi pelo menos esse o sentimento manifestado durante a assembleia-geral de acionistas da Ercros, de acordo com o El Economista que explica que as duas OPA não constavam na ordem do dia oficial da reunião anual da cotada, mas que a disputa luso-italiana pela sociedade espanhola acabou por monopolizar o encontro.
Outro calculou que o "preço justo" a pagar pela compra da empresa com sede em Barcelona considerando os múltiplos de EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) praticados no setor (entre 8 e 10 vezes), pelo que o valor por cada título deveria ser entre 5,50 e 7,11 euros. Se bem que, de acordo com o El Economista, levou em conta o resultado bruto médio dos últimos anos em não o respeitante ao do ano passado, relativo à fase mais baixa do ciclo da indústria.
O El Economista relata ainda que outros acionistas, que agregam em torno de 12% do capital, estimaram o valor acima de 8 euros por ação e foi, aliás, nessa linha que se manifestou Joan Casas, empresário que, a par com a sua mulher, controla uma fatia de 10% do capital da Ercros: "Estas OPA não têm nenhuma possibilidade de sucesso. Subestimam completamente a empresa".
"O futuro da OPA depende dos acionistas. Se não gostarem votem contra", respondeu o chairman e CEO da Ercros, Antonio Zabalza, de acordo com a imprensa espanhola que informa que o conselho de administração, asessorado pela Evercore Partners International LLP (na parte financeira) e pela Uría Menéndez (na parte legal), ainda não se pronunciou sobre nenhuma das ofertas recebidas, o que foi confirmado em comunicado pela Ercros.
E, segundo apontou Antonio Zabalza, com a entrada da Esseco na corrida - com uma OPA, de carácter voluntário ao contrário da portuguesa - os prazos alargam-se, no mínimo, até janeiro do próximo ano.
Aliás, como confirmou, "existiram conversações entre assessores da Ercros e os da Esseco", ao passo que a oferta da Bondalti "não foi nem solicitada nem consensual".
Quatro "grupos" detém 40% do capital da empresa: Joan Casas, Víctor Manuel Rodríguez (ambos com mais de 6%) e dois grupos de independentes que rondam os 12% cada.
Antonio Zabalza, no cargo desde 1996, também esteve debaixo de fogo por causa da sua gestão, contrapondo que "se uma empresa provoca uma disputa entre doos grupos internacionais é porque vai bem".
Mas essa tese não colheu, pelo menos junto de Víctor Manuel Rodríguez, o advogado que se tornou o maior acionista individual da empresa, após reforçar a sua participação em plena OPA. "Lançam-nos uma OPA porque a empresa vai bem? Isso é falso. Lançam-nos uma OPA porque a empresa vai muito mal".
"Entendo que não nos deixará sozinhos, porque seria sair de forma desonrosa. Isso irá acontecer se a OPA não satisfaz os interesses dos acionistas", afirmou, antes de deixar uma mensagem aos restantes investidores: "Estamos sozinhos diante da OPA. Não podemos contar com o conselho. A única coisa que fará ser atuar com passividade. Não nos defenderá. Nem ele nem o assessor legal", acrescentou.