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Espanhola Ercros cobiçada pela Bondalti com prejuízos de 7,8 milhões até setembro

A Ercros, alvo de duas OPA lançadas pela portuguesa Bondalti e pela italiana Esseco, atribui os resultados dos primeiros nove meses, em que passou de lucros a prejuízos, a "uma procura europeia persistentemente fraca, com mercados muito voláteis e sujeitos a uma forte concorrência", mas garante manter "sólida situação financeira".

Na primeira metade do ano passado a Ercros tinha lucrado 16,5 milhões de euros.
D.R.
06 de Novembro de 2024 às 16:07
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A Ercros, química espanhola que está a ser disputada pela portuguesa Bondalti e pela italiana Esseco, fechou os primeiros nove meses do ano com prejuízos de 7,8 milhões de euros, que comparam com lucros de 5,7 milhões de euros em igual período de 2023.

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CNVM), a Ercros informa que as receitas caíram 11,2% para 533,6 milhões de euros, com as vendas de produtos acabados entre janeiro e setembro a atingirem 497,4 milhões de euros, refletindo uma quebra de 13%. Em termos percentuais, as vendas caíram mais em valor do que em volume, o que, segundo observa a empresa, sinaliza um "efeito negativo significativo no preço".

O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) dos primeiros nove meses do ano foi de 22,9 milhões de euros, encolhendo 40,5% em termos homólogos.

A química, com sede em Barcelona, diz que "os resultados são consequência de uma procura europeia persistentemente fraca, com mercados muito voláteis e sujeitos a uma forte concorrência", justifica a Ercros assinalando que há "um consenso generalizado nas publicações especializadas que prevê uma recuperação da procura pela indústria química europeia ao longo de 2025".

Apesar do desempenho, a Ercros deixa claro que "mantém uma sólida situação financeira, com uma liquidez de 110 milhões de euros" e garante não só que vai continuar a executar o "Plano 3D" com o objetivo de avançar na digitalização e descabornização dos seus processos e operações, como também que "manterá a sua presença em todos os mercados em que opera e que irá aproveitar as oportunidades que surgirem para defender as suas margens".

Já as Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) lançadas pela Bondalti e pela Esseco seguem o seu curso, com a Ercros a recordar que, à luz das regras, a tramitação da OPA da italiana não terá início até serem dados como findos os trâmites administrativos da OPA da Bondalti.

A Bondalti, empresa química do grupo José de Mello, anunciou a 5 de março ter lançado uma OPA sobre a totalidade do capital da Ercros, propondo uma contrapartida de 3,6 euros por ação ajustado após a distribuição de dividendos para 3,5 euros por ação. A 28 de junho, a italiana Esseco Industrial subiu a parada, ao oferecer 3,84 euros por ação que, também após o ajuste, ficou nos 3,74 euros, embora nenhuma das OPA agrade aos acionistas que consideram que ambas subestimam o valor da empresa especializada na produção e venda de produtos químicos.

"Ambas as ofertas estão sujeitas à aprovação das autoridades competentes e à aceitação de 75% do capital social acrescido de mais uma ação", sulinha a Ercros, apontando que "se alguma das referidas OPA, ou outra que venha a ser apresentada, for bem-sucedida e der lugar a uma mudança do controlo da Ercros determinadas linhas de financiamento, assim como acordos de abastecimento com fornecedoreds e vendas com clientes podem ser declaradas vencidas ou, dependendo do caso, exigir a prestação de garantias".

Em 2023, a Ercros faturou cerca de 750 milhões de euros e teve um lucro de 27,5 milhões de euros.
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