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Iniciada segunda fase de análise à OPA de italianos sobre a Ercros cobiçada pela Bondalti
Futuro da Ercros mais próximo de ser conhecido. Regulador espanhol iniciou a segunda fase de análise à OPA da Esseco, depois de, em meados de dezembro, ter feito o mesmo relativamente à oferta lançada há quase um ano pela portuguesa Bondalti.
A Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência de Espanha (CNMC, na sigla em espanhol) decidiu iniciar a segunda fase de análise à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelos italianos da Esseco à química espanhola Ercros, cobiçada pela portuguesa Bondalti.
A informação consta de um comunicado, submetido esta segunda-feira, pela Esseco através da Ercros à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) em que informa que recebeu a resolução do regulador da concorrência a dar conta de que acordou avançar para a segunda fase de análise da concentração resultante da oferta.
Tal sucede depois de, em meados de dezembro, o regulador espanhol ter feito o mesmo relativamente à OPA sobre a totalidade do capital da Ercros lançada pela Bondalti, relativamente à qual veio alertar, sensivelmente um mês depois, que pode representar riscos para a concorrência nos mercados de dois produtos químicos. Em concreto, indicou que "a potencial aquisição pode supor riscos para a concorrência nos mercados de soda cáustica e hipoclorito de sódio", razão pela qual a CNMC acordou analisar a operação numa segunda fase, passo que - esclareceu - "não prejudica as conclusões definitivas que venha a chegar sobre a concentração".
A Bondalti anunciou, a 5 de março de 2024, ter lançado uma OPA sobre a totalidade do capital da Ercros, propondo uma contrapartida de 3,6 euros por ação ajustado após a distribuição de dividendos para 3,5 euros por ação. A 28 de junho, a italiana Esseco Industrial apresentou uma contra-oferta, subindo a parada, ao oferecer 3,84 euros por ação que, também após o ajuste, ficou nos 3,74 euros, embora nenhuma das OPA agrade aos acionistas que consideram que ambas subestimam o valor da empresa especializada na produção e venda de produtos químicos.
A Ercros fechou os primeiros nove meses de 2024 com prejuízos de 7,8 milhões de euros, que comparam com lucros de 5,7 milhões de euros em igual período de 2023.
A química, com sede em Barcelona, afirmou que "os resultados são consequência de uma procura europeia persistentemente fraca, com mercados muito voláteis e sujeitos a uma forte concorrência", assinalando que "há um consenso generalizado nas publicações especializadas que prevê uma recuperação da procura pela indústria química europeia ao longo de 2025".