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"Nasdaq" chinês com valorizações até 520% na estreia

O índice chinês dedicado às cotadas tecnológicas estreou esta segunda-feira com valorizações de até 520%. Chama-se Star Market.

Reuters
22 de Julho de 2019 às 08:01
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A resposta da China ao Nasdaq, o índice tecnológico norte-americano, chegou esta segunda-feira, 22 de julho. Chama-se Star Market, reúne as cotadas chinesas focadas em tecnologia e ciência e já regista valorizações de até 520% nesta estreia. 

A iniciativa foi anunciada pelo presidente chinês, Xi Jinping, há menos de um ano, segundo o Financial Times. Numa altura em que o conflito comercial com os EUA continua sem fim à vista, a China pretende encorajar o investimento nas tecnológicas chinesas, criando condições para estas irem para a bolsa em território nacional em vez de noutras praças financeiras. 

Das mais de 140 empresas que pediram para ser listadas, as primeiras 25 estão a registar valorizações superiores a 92%, ou seja, quase a duplicar o valor de estreia. O destaque vai para as fabricantes de chips Anji e a Montage Technology, que valorizam 520% e 285%, respetivamente. 

Estas valorizações tão grandes num curto espaço de tempo não são comuns na China onde as autoridades normalmente colocam um limite às subidas e descidas das cotadas. Por exemplo, segundo o FT, os índices de Xangai e de Shenzhen só podem valorizar ou desvalorizar até 10% em cada sessão.

Mas o novo índice tecnológico não terá limites nos movimentos das cotações durante os primeiros cinco dias de uma cotada. O Star Market permitirá também o "short selling" contra ações individuais, uma prática em que se pretende fazer mais-valias com a queda das ações e que é proibida nos outros índices chineses.

Made in China 2025
A Star exige que as empresas listadas aloquem pelo menos metade das suas ações listadas para fundos mútuos, previdenciários ou de seguro, e limitam a negociação a investidores com um saldo de pelo menos 500.000 de yuan (mais de 64 mil euros) e dois anos de experiência a negociar em bolsa.
 
As bolsas de valores da China, em Xangai e Shenzhen, foram criadas no início dos anos 90 para arrecadar dinheiro para a indústria estatal, e passaram mais tarde a incluir empresas privadas, mas continuam a ser dominadas por empresas sob tutela do governo, como a PetroChina Ltd. e a China Mobile Ltd.
 
Privadas como os gigantes do comércio eletrónico Alibaba e JD.com, ou o motor de busca Baidu, emitiram milhares de milhões de dólares em títulos em Wall Street, numa operação inconveniente e cara para empresas mais pequenas.
 
As empresas que ainda não registaram lucros podem negociar no novo mercado se gastarem pelo menos 15% das suas receitas em pesquisa e desenvolvimento ou se tiverem drogas ou outras tecnologias num estágio avançado de desenvolvimento.
 
O novo mercado surge numa altura de disputas comerciais entre China e Estados Unidos, devido à política de Pequim para o setor tecnológico.
 
Em causa está o plano "Made in China 2025", impulsionado pelo Estado chinês, e que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
 
Os EUA condenam a transferência forçada de tecnologia por empresas estrangeiras, em troca de acesso ao mercado, a atribuição de subsídios a empresas domésticas e obstáculos regulatórios que protegem os grupos chineses da competição externa.
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