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Mutualistas compram 12% do Montepio no mês antes da OPA

Desde o anúncio da OPA, a 4 de Julho, até à aceitação da operação pela CMVM, a 11 de Agosto, a mutualista comprou 12% das unidades do Montepio em mercado. A OPA é, agora, apenas sobre menos de 15% do fundo. Esforço da associação recua para quase metade.

11 de Agosto de 2017 às 19:44
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A Montepio Geral – Associação Mutualista comprou 12% do fundo do Montepio no espaço de um mês. Desde o anúncio da intenção de lançar oferta pública de aquisição, até à luz verde da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a associação presidida por António Tomás Correia elevou a sua participação no fundo de participação da caixa económica de 73,5% para 85,4%.

 

"O oferente [mutualista] é titular, directamente, na presente data, de 341.724.638 unidades de participação, representativas de 85,43% do total de unidades de participação representativas do fundo de participação da entidade visada [fundo da caixa económica]", indica o anúncio de lançamento da oferta, que irá iniciar-se esta segunda-feira, 14 de Agosto, e que se estenderá até dia 8 de Setembro.

 

Sendo assim, a oferta, que terá o Finantia como intermediário financeiro, "apenas poderá ser aceite pelos titulares das restantes 58.275.362 unidades de participação, representativas de 14,57% do total de unidades de participação representativas do fundo" da caixa económica, empresa presidida por José Félix Morgado.

 

A 4 de Julho, dia em que mostrou a intenção de avançar com a oferta, a mutualista detinha 73,50% do fundo, pelo que a OPA seria sobre 26,5%.

 

O aumento da participação tem um motivo: "Na sequência de transacções realizadas em mercado regulamentado desde a data do anúncio preliminar e até à presente data, o oferente adquiriu, directamente, no termos do artigo 180.º do Código dos Valores Mobiliários, 47.731.844 unidades de participação, representativas de 11,93% do total".

 

Segundo a legislação, a mutualista teve de ir informando a CMVM sobre estas aquisições, sendo que o preço não deveria ser superior à contrapartida oferecida na OPA de 1 euro, já que o regulador poderia considerar que o preço prometido já não era equitativo. Segundo dados do terminal da Bloomberg, as unidades de participação negociaram entre os 0,91 e os 1,012 euros por acção. No prospecto, a mutualista garante não ter feito aquisições acima de 1 euro por unidade. 

Neste período desde 4 de Julho, o volume do fundo do Montepio disparou, havendo inúmeras sessões com mais de 2 milhões de títulos trocados. Em média, cada sessão dos últimos seis meses conta com um volume de 500 mil acções. A elevada troca de unidades é justificada, então, por estas compras em bolsa da mutulista. 

 

Esforço desce na OPA

 

Com estas compras em mercado, a mutualista diminui o esforço financeiro que terá de fazer. Quando tinha para comprar 26,5% do fundo, a associação poderia ter de gastar 106 milhões de euros. Agora, o valor total da oferta é de 58,3 milhões de euros.

 

"Para efeitos de garantia de pagamento da contrapartida da oferta, nos termos do n.º 2, do artigo 177.º do Cód.VM, o oferente depositou € 59.738.284,00 junto da Caixa Económica Montepio Geral", assinala o anúncio preliminar. A empresa diz assegurar o financiamento através de recursos próprios. 

A operação tem como objectivo retirar o fundo do Montepio de bolsa, deixando de estar cotado em bolsa. A operação pode facilitar a concretização da entrada de terceiros investidores, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. 

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