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Montepio começa OPA no valor mais alto de sempre

As unidades de participação do Montepio estão a negociar acima de 1 euro, a contrapartida que a associação mutualista está a oferecer na oferta pública de aquisição que se inicia esta segunda-feira.

Bruno Simão
14 de Agosto de 2017 às 08:55
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O fundo do Montepio arrancou a oferta pública de aquisição (OPA) a negociar a preços mais elevados do que o oferecido pela associação mutualista. Já houve transacções a 1,035 euros por unidade de participação, quando a contrapartida é de 1 euro.

 

As unidades do fundo de participação da Caixa Económica Montepio Geral sobem, assim, 1,7% para 1,017 euros esta segunda-feira, 14 de Agosto, face à cotação de 1 euro a que tem encerrado. Já chegou a 1,035 euros. É a cotação mais alta de sempre do fundo.

 

A transacção a preços mais elevados do que o pago na OPA acontece na primeira sessão desta operação, que se estende por quatro semanas até 8 de Setembro.

 

Antes do tiro de partida OPA, mas já depois de ter anunciado a intenção de promovê-la, a mutualista liderada por António Tomás Correia já vinha comprando unidades: comprou quase 12% no espaço de um mês, reduzindo para quase metade o esforço que tem de fazer.

 

Neste momento, resta à associação adquirir menos de 15% para ficar com todo o fundo de participação, criado em 2013. A intenção é retirá-lo de bolsa e facilitar – inclusive em termos de preço – o investimento de entidades do terceiro sector, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na Caixa Económica Montepio Geral.

Cotações inéditas

 

Desde que estreou em bolsa, o fundo de participação do Montepio tem tido um desempenho negativo. Estreando em 1 euro, chegou a valer menos de metade. Voltou a subir quando a mutualista anunciou a intenção de avançar com a OPA precisamente a 1 euro, de modo a evitar perdas aos titulares das unidades. Antes do anúncio estavam a cotar nos 0,497 euros, dispararam depois para os 0,99 euros. E tem sido em torno de 1 euro que têm negociado desde aí, ainda que superando a cotação, embora nunca tanto como esta segunda-feira.

 

Depois da OPA, a intenção da mutualista é avançar para a transformação em sociedade anónima (passando a Caixa Económica a ter o capital representado por acções, extinguindo-se o fundo de participação agora cotado). Com esse passo, os titulares de unidades passam a accionistas – e aquilo que a mutualista quer é que sejam reduzidos os números de eventuais outros accionistas. Depois disso, avança para a perda de qualidade da sociedade aberta do fundo, ou seja, retirando-o de mercado. 

 

Fora de mercado, a intenção é negociar, sem condicionantes do mercado, o preço de eventuais investimentos de accionistas, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, todos do terceiro sector, isto é, economia social.

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