Itália está a trabalhar numa solução centrada no sector privado para resgatar o Monte dei Paschi. A intenção de Itália era avançar com um plano de recapitalização para o banco, mas a oposição de Bruxelas à injecção de fundos públicos no sector está a forçar Renzi a procurar uma alternativa privada.

Itália está a procurar uma solução no sector privado para injectar capital no Monte dei Paschi, depois de o BCE ter alertado para a necessidade do banco reduzir a elevada exposição ao crédito malparado, avança o Financial Times. O esforço do primeiro-ministro italiano, Mateo Renzi, surge depois das negociações com as autoridades europeias sobre a recapitalização do Monte dei Paschi terem chegado a um impasse, com a Comissão Europeia a defender que um resgate deve implicar perdas para os investidores. Algo que Itália quer evitar.

As acções do dei Paschi afundam cerca de 75% este ano, arrastadas pelas necessidades de capital do banco. Segundo o FT, a instituição poderá ter que levantar até sete mil milhões de euros.

Itália tem dado a entender que estaria disposta a ir contra as novas regras da União Bancária, admitindo a possibilidade de intervir no sector, sem aportar perdas para os investidores. Segundo o FMI, os investidores de retalho detêm 231 mil milhões de euros de dívida subordinada dos bancos italianos.

A solução privada passará por aumentar o tamanho do Atlante, um veículo criado pelas autoridades italianas, dando-lhe poder para securitizar a venda de pelo menos dez mil milhões de euros de crédito maparado do Monte dei Paschi, avançam fontes citadas pelo FT.