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Impresa dispara mais de 20% em dois dias com potencial interesse da Nos
Os títulos da dona da SIC estão a disparar pela segunda sessão consecutiva animados pela especulação em torno da possibilidade de a Nos avançar para a compra da empresa se a Altice adquirir a Media Capital.
As acções da Impresa estão a registar fortes subidas pela segunda sessão consecutiva, animadas pela possibilidade de a Nos avançar para a compra da empresa, se a Altice adquirir a Media Capital.
Os títulos avançam 6,86% para 21,8 cêntimos, depois de terem chegado a disparar mais de 9% durante a manhã para negociarem nos 22,3 cêntimos, o valor mais elevado desde 25 de Outubro.
Esta subida eleva para mais de 20% a valorização acumulada desde o arranque da semana, já que na sessão de ontem, os títulos dispararam quase 13%.
Na base deste comportamento estão a declarações do CEO da Nos, Miguel Almeida, que garantiu que "haverá guerra" se a Altice comprar a TVI. Palavras que levaram o Haitong a considerar que a operadora poderá avançar para a compra da dona da SIC.
"Se a Altice/PT comprar a TVI e os reguladores não fizerem nada, haverá guerra", afirmou Miguel Almeida.
Em entrevista ao Expresso, o CEO da Nos defendeu que não faz sentido que os operadores de telecomunicações sejam donos de conteúdos e acredita que o hipotético negócio entre a dona da PT Portugal e a Media Capital seja travado pelos reguladores.
"Apesar de Miguel Almeida não ter elaborado o que entende como guerra, na nossa visão é claro que a Nos considerará adquirir o outro grupo de media – Impresa – que detém uma canal de televisão privada, no sentido de ter o mesmo poder de negociação que a PT Portugal/Altice", fez saber o Haitong numa nota enviada aos clientes na segunda-feira, 5 de Dezembro.
O Haitong explica que, neste tipo de concentrações, surgem "receios" de que o operador vá proteger os seus próprios interesses em vez de oferecer as mesmas condições para todos os operadores. "É naturalmente um risco", classifica.
Todavia, e caso se confirme o negócio entre a Altice/PT Portugal e a Media Capital, o banco de investimento acredita que o regulador tornará obrigatório que o canal em causa – a TVI – esteja disponível para todos os operadores de televisão. O cenário aplicar-se-ia também a um potencial acordo entre a Nos e a Impresa.
Apesar das fortes subidas desta semana, as acções da Impresa acumulam uma desvalorização de 53,72% desde o início do ano.