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Impresa disparou quase 25% em duas sessões
O grupo de media voltou a somar mais de 10% na segunda sessão seguida em que a Impresa beneficiou das notícias que dão conta da hipótese de a Nos estar interessada na compra da dona da SIC, isto numa altura em que se especula que a Altice poderá comprar a Media Capital.
A Impresa encerrou a sessão bolsista desta terça-feira, 6 de Dezembro, a somar 10,29% para 22,5 cêntimos, num dia em que chegou a disparar 11,27% e em que negociou em máximos de 25 de Outubro ao tocar nos 22,7 cêntimos. A cotada liderada por Francisco Pedro Balsemão volta assim a registar fortes ganhos depois de na última sessão ter valorizado perto de 13%. No conjunto destas duas sessões a Impresa valorizou 24,31%.
O grupo de media continuou assim a beneficiar da especulação em torno da hipótese de a Nos poder avançar para a compra da cotada, no que seria uma alegada resposta da operadora de telecomunicações à eventual aquisição da Media Capital pela sua rival Altice (dona da Meo).
A sessão desta terça-feira foi de grande liquidez para os títulos da Impresa, tendo sido transaccionados acima de 1,15 milhões de títulos da cotada, valor que compara com a média diária dos últimos seis meses de apenas 196,6 mil títulos. Ainda assim, desde o início deste ano a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão acumula uma desvalorização de 52,65% para uma capitalização bolsista que agora se fixa nos 37,5 milhões de euros.
A justificar as informações que indiciam a abertura de uma espécie de guerra das operadoras de telecomunicações pela aquisição de grupos de media estão as declarações do próprio CEO da Nos. Miguel Almeida afiançou que se a Altice comprar a dona da TVI "haverá guerra".
"Se a Altice/PT comprar a TVI e os reguladores não fizerem nada, haverá guerra", afirmou Miguel Almeida numa entrevista ao Expresso em que o CEO da Nos defendeu que não faz sentido que os operadores de telecomunicações sejam donos de conteúdos. E em que referiu acreditar que o hipotético negócio entre a dona da PT Portugal e a Media Capital será travado pelos reguladores.
Estas afirmações contribuíram para que o Haitong considere que a Nos poderá avançar para a compra da Impresa. "Apesar de Miguel Almeida não ter elaborado o que entende como guerra, na nossa visão é claro que a Nos considerará adquirir o outro grupo de media – Impresa – que detém uma canal de televisão privada, no sentido de ter o mesmo poder de negociação que a PT Portugal/Altice", fez saber o Haitong numa nota enviada aos clientes na passada segunda-feira, 5 de Dezembro.
Todavia, e caso se confirme o negócio entre a Altice/PT Portugal e a Media Capital, o banco de investimento acredita que o regulador tornará obrigatório que o canal em causa – a TVI – esteja disponível para todos os operadores de televisão. O cenário aplicar-se-ia também a um potencial acordo entre a Nos e a Impresa.
Esta terça-feira acabou por ser positiva também para um outro grupo de comunicação social, a Cofina. O grupo que detém publicações como o Negócios ou o Correio da Manhã ganhou 4,53% para 27,7 cêntimos, na terceira seguida a negociar em terreno positivo e depois de ontem ter somado acima de 3,5%.
Evolução das acções da Impresa desde o início de 2016