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Caixa BI corta preço-alvo da Impresa para menos de metade

Apesar de manter inalterada a recomendação de compra, o banco de investimento da CGD reduz de 75 cêntimos por acção para os 30 cêntimos o preço justo da empresa de media, a reflectir "fracos resultados" e um "cenário conservador" para 2017.

Bruno Simão/Negócios
19 de Dezembro de 2016 às 18:39
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O Caixa BI cortou para menos de metade o seu preço-alvo para a acção da Impresa, depois de ter revisto as estimativas para a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão, na sequência da apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do ano.

De acordo com uma nota de research a que o Negócios teve acesso, o fair value dos títulos da empresa de média passou de 75 cêntimos para 30 cêntimos - uma queda de 60% -, tendo-se no entanto mantido inalterada a recomendação de "Comprar".

O novo valor confere um potencial de valorização de 50% às acções da empresa, uma vez que encerrou a sessão desta segunda-feira, 19 de Dezembro, a valer 20 cêntimos, após uma subida de 1,52%.

"Revimos em baixa as nossas estimativas para reflectir os fracos resultados (perda de quota de mercado publicitário, queda maior que o esperado nas receitas de multimédia, redução de receitas de subscrição de canais e performance pior que o previsto na área de publicações) e continuamos a assumir um cenário conservador devido à falta de visibilidade do mercado publicitário," lê-se na nota.

O banco refere que a Impresa teve um dos piores comportamentos na bolsa portuguesa desde o início do ano - com uma desvalorização de 60%, quase cinco vezes superior à queda do principal índice accionista nacional, o PSI 20, que recuou 13% no mesmo período. Uma performance justificada pela saída do título do índice, na revisão de Março, e os fracos resultados (penalizados pelo mercado publicitário e custos de reestruturação) justificam, para o Caixa BI.

Se os resultados continuarem pressionados no próximo ano, a analista Helena Barbosa, que assina a nota, refere não antever nenhum acontecimento que impulsione a acção, embora os títulos possam ser positivamente influenciados por notícias de consolidação no sector, como as que recentemente davam conta de um potencial interesse da Nos em comprar uma participação na dona da SIC.

O Caixa BI espera um aumento de 4% no mercado publicitário em 2017 e um aumento das receitas consolidadas inferior a 1%, com o EBITDA a ser sustentado pelo programa de corte de custos implementado. A redução da dívida deve abrandar e o rácio entre a dívida líquida e os resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações deve alcançar as 9,8 vezes "devido à queda no EBITDA".

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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