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Custos de reestruturação agravam prejuízos da Impresa

Apesar da redução dos custos operacionais, a queda das receitas da dona da SIC e os custos de reestruturação no valor de um milhão de euros levaram o grupo de media a registar prejuízos de 585 mil euros até Setembro.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Outubro de 2016 às 16:51
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A dona da SIC fechou os primeiros nove meses do ano com prejuízos de 585 mil euros, um resultado que compara com lucros de 1 milhão de euros registados no mesmo período do ano passado.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM pela Impresa esta terça-feira, 25 de Outubro, o resultado foi penalizado pelos custos de reestruturação, processo que começou a ser implementado no final de 2015, no valor de cerca de 1 milhão de euros.

Analisando só o terceiro trimestre deste ano, o grupo de media registou prejuízos de 1,8 milhões de euros, um valor que compara com os lucros de 416 mil euros alcançadas em igual período do ano passado.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano as receitas totais da Impresa recuaram 8,9% para 149,8 milhões de euros, uma queda impulsionada pela diminuição de 12,5% dos proveitos da área de publishing e de 7,7% no segmento de televisão.

De Julho a Setembro o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão (na foto) encaixou um total de receitas de 45,3 milhões de euros (-14,5% face a 2015). A queda de receitas publicitárias no segmento de televisão impulsionou a diminuição dos proveitos neste período.

Euro2016 penaliza publicidade e audiências da SIC
A SIC terminou o terceiro trimestre com receitas totais de 33,4 milhões de euros, menos 15,5% face a 2015.

Na vertente das receitas publicitárias a queda foi de 8,3% para 19,3 milhões de euros. Um desempenho negativo justificado pelo Euro 2016, que não foi transmitido pela estação, e pela quebra de audiências nos meses de verão.

O recuo das receitas na televisão é explicado ainda pela diminuição dos proveitos de subscrição dos oito canais da SIC distribuídos por cabo e satélite em Portugal e no estrangeiro. Só no terceiro trimestre as receitas dessa rubrica caíram 14.5% para 10,7 milhões de euros.

Além disso, as receitas de multimédia, derivadas das chamadas de valor acrescentado, continuam num trajecto decrescente tendo recuado 49,7% para 2,5 milhões de euros no terceiro trimestre. Um resultado que surge na consequência da descontinuação de alguns programas com concursos com participação telefónica pela SIC. No acumulado até Setembro, as receitas deste item caíram 26,3% para 10,9 milhões de euros.

O segmento do publishing, onde se inclui o Expresso, Visão e a Caras por exemplo, seguiu a mesma tendência com as receitas a diminuírem 13% para 11,4 milhões de euros no terceiro trimestre e 12,5% para 35,3 milhões no acumulado até Setembro. Uma performance impulsionada pela queda das receitas publicitárias em 16,2% para 15,2 milhões até Setembro e da circulação em 7,6% para 17,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Neste último campo, as maiores reduções  ocorreram nas publicações das áreas de sociedade, feminina e televisão.

Os custos operacionais no terceiro trimestre desceram 8,1% para 45 milhões de euros e no acumulado até Setembro 6,1%para 141 milhões. No entanto, não foi suficiente para compensar a queda das receitas tendo levado o EBITDA (resultados antes de juros, impostos e amortizações) a cair 93,3% para 266 milhões de euros no terceiro trimestre. E no acumulado do ano 38,6% para 8,7 milhões de euros com a margem EBITDA a encolher de 8,7% para 5,8% até Setembro.

Já a dívida, no acumulado de Setembro cifrava-se nos 200,5 milhões de euros, uma subida de 4,9 milhões face ao período homólogo.

Apesar do resultado negativo registado no terceiro trimestre, "as expectativas para o quarto trimestre permitem antever para o grupo Impresa obter resultados líquidos em 2016, em linha com o valor do ano transacto", de acordo com o mesmo comunicado.

O grupo de media informa ainda que também está a elaborar um Plano Estratégico para o triénio 2017-2019,que orientará a actividade e balizará os objectivos da Impresa a médio prazo", acrescenta a dona da SIC.
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