As bolsas europeias arrancaram a semana em queda, depois de no domingo à noite terem sido conhecidos os resultados do referendo em Itália. As perdas não foram prolongadas e o fecho da sessão desta segunda-feira foi já em alta. Uma tendência que, de resto, se prolongou esta terça-feira, 6 de Dezembro, no Velho Continente.

O PSI-20 fechou a sessão a subir 1,76% para 4.488,53 pontos, com 15 cotadas em alta, duas em queda e uma inalterada. Desde 29 de Junho, dia em que o principal índice nacional encerrou a subir 1,87%, que a bolsa de Lisboa não registava uma valorização tão acentuada.

Entre as restantes praças europeias, para já, o principal índice italiano lidera os ganhos, crescendo mais de 3% e recuperando das perdas da última sessão. A praça espanhola valoriza mais de 2%

Este comportamento do mercado bolsista na Europa tem lugar num dia em que os ganhos das empresas do sector das utilities estão em destaque. As produtoras RWE AG e EON SE estão a subir após o principal tribunal da Alemanha ter determinado que as companhias têm direito a uma compensação pelas perdas que tiveram com a decisão governamental de deixar a energia nuclear.

Por cá, destaque para as acções do BCP, EDP e Galp Energia. Os títulos do banco liderado por Nuno Amado dispararam 5,77% para 1,19 euros, recuperando das perdas recentes. O BPI somou 0,18% para 1,128 euros.

Na energia, a EDP cresce 3,60% para 2,792 euros - a melhor sessão desde 29 de Junho - e a EDP Renováveis avançou 2,05% para 5,974 euros. As cotadas, que integram o sector das utilities, podem ter beneficiado da decisão judicial que determinou uma compensação à RWE AG e EON SE.

A Galp Energia terminou o dia a subir 2,08% para 13,475 euros, beneficiando de uma subida da recomendação por parte do Deustche Bank (passou para comprar) devido ao crescimento da operação brasileira, de acordo com a Bloomberg.

Os preços do petróleo estão a cair nos mercados internacionais. O Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais cai 1,77% para 53,97 dólares por barril.

A REN ganhou 2,15% para 2,569 euros.

A Nos somou 0,73% para 5,247 euros.

Os CTT cresceram 3,02% para 5,835 euros.

No retalho, a Jerónimo Martins contrariou esta tónica positiva da maioria das acções nacionais e terminou o dia a perder 0,72% para 14,565 euros. A Sonae, por outro lado, valorizou 1,92% para 79,7 cêntimos.

No sector da pasta e do papel, a Navigator valorizou 1,94% para 1,94% para 2,998 euros e a Semapa cresceu 0,53% para 12,295 euros. A Altri ganhou 1,51% para 3,69 euros.

Fora do PSI-20, a Impresa disparou 10,29% para 22,5 cêntimos. Em entrevista ao Expresso, Miguel Almeida defendeu que não faz sentido que os operadores de telecomunicações sejam donos de conteúdos e acredita que o hipotético negócio entre a dona da PT Portugal e a Media Capital seja travado pelos reguladores.

Após analisar as declarações de Miguel Almeida, o banco de investimento Haitong considera que a Nos poderá avançar para a compra do grupo dono da SIC, a Impresa, caso avance o negócio entre a PT Portugal/Altice e a Media Capital, dona da TVI, o que tem estado a suportar a cotação das acções da empresa de comunicação social.

"Apesar de Miguel Almeida não ter elaborado o que entende como guerra, na nossa visão é claro que a Nos considerará adquirir o outro grupo de media – Impresa – que detém uma canal de televisão privada, no sentido de ter o mesmo poder de negociação que a PT Portugal/Altice", fez saber a casa de investimento numa nota enviada aos clientes esta segunda-feira, 5 de Dezembro.

(Notícia actualizada às 16:58)