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Grécia atira PSI-20 para queda superior a 2%
O BCP marcou a maior desvalorização de Lisboa, ao ceder 5%, mas a quase totalidade das empresas do índice português deslizaram, penalizadas pelo impasse grego. Nos, Sonae e EDP também caíram mais de 3%. O BPI e a Galp escaparam às quedas.
A bolsa portuguesa perdeu hoje terreno, acompanhando a tendência negativa da Europa, que se intensificou a meio da tarde. O BCP marcou a maior queda, mas também a EDP e a Nos pesaram no desempenho negativo do índice.
O PSI-20 desceu 2,41% para se fixar nos 6.053,70 pontos, depois de dois dias de ganhos. As restantes praças europeias também marcaram quedas em torno de 2% no fecho, com Atenas a recuar perto de 4%.
A Europa passou a transaccionar mergulhada no vermelho a partir do início da tarde com a Grécia, novamente, a ser o centro das atenções. Ainda não deverá ser esta segunda-feira, 11 de Maio, que sairá um acordo entre Atenas e Bruxelas, segundo avançou o ministro das Finanças Yannis Varoufakis. O que traz receios quanto à capacidade financeira de a Grécia fazer face às suas obrigações.
Movimentações que afectaram todo o mercado accionista europeu (e o mercado de dívida, com fortes subidas), ofuscando as novidades em relação a resultados de empresas – por exemplo as contas do UBS, que animaram os seus títulos mas foram incapazes de se espalhar pelos restantes bancos europeus.
Lisboa não escapou à maré negativa e o BCP foi quem mais se destacou. O banco perdeu 5,38% para os 8,79 cêntimos, mesmo depois de apresentar lucros de 70,4 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o primeiro resultado positivo trimestral desde o primeiro trimestre de 2012. Os resultados mereceram elogios de casas de investimento mas não chegaram para garantir uma subida. O banco corrigiu do ganho superior a 4% da sessão anterior.
BPI excepção na banca
Na banca, o Banif também perdeu. As acções resvalaram 2,90% para os 0,67 cêntimos. Os seus presidentes escreveram, no relatório e contas do final do ano passado divulgado esta terça-feira, que continuam à espera da aprovação do plano de reestruturação por parte de Bruxelas – algo que tem uma "importância decisiva".
O BPI foi a excepção do sector, no dia em que a Comissão Europeia anunciou não ter entraves a colocar à oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank – ainda que continue a incerteza quanto à operação devido à oposição da segunda maior accionista: Isabel dos Santos. Os títulos subiram uns ligeiros 0,14% para os 1,452 euros.
Além do BPI, também a Galp conseguiu ficar em terreno positivo, seguindo os ganhos em torno de 2% dos preços do petróleo. A petrolífera somou 0,37% para 12,13 euros, evitando um maior deslize de Lisboa.
Contudo, de resto, a tendência do PSI-20 foi de perdas, muitas delas acentuadas. Foi o caso da EDP, que recuou 3,15% para os 3,50 euros. A EDP Renováveis caiu 1,49% para 6,284 euros, com os analistas do CaixaBI a estimarem que os lucros da empresa tenham subido 3% para os 68 milhões de euros. Nota negativa ainda para a REN, que perdeu 1,55% para 2,80 euros.
Nuvem vermelha pelo PSI-20
A Nos também contribuiu para a desvalorização da praça nacional, com os títulos a recuarem 3,34% para fecharem nos 6,365 euros. Já a PT SGPS, que se deverá passar a chamar PHarol, caiu 1,07% para 0,557 euros.
A Impresa, que registou prejuízos de 2,8 milhões de euros no trimestre, cedeu 2,42% e está nos 0,926 euros. Os CTT afundaram 2,86% para 10,08 euros.
Entre as restantes empresas, a Portucel caiu 2,76% para 4,375 euros e a sua casa-mãe perdeu 2,89% para 12,915 euros. Já a Altri perdeu 0,96% para 3,816 euros.
Na construção, a Teixeira Duarte cedeu 2,29% para 0,683 euros enquanto a Mota-Engil terminou o dia nos 3,055 euros depois de recuar 1,13%.
A Jerónimo Martins fechou a transaccionar nos 13,10 euros por acção, ao ceder 1,95%, ao passo que a Sonae afundou 4,23% para os 1,224 euros.
(Notícia actualizada às 17h00 com mais informações; corrigida às 17h18: declarações sobre a Grécia foram proferidas por Varoufakis e não Pierre Moscovici, como estava anteriormente escrito)