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Entrada em bolsa de novas acções empurra BCP para queda próxima de 3%

Não houve uma forte pressão vendedora, dado que a troca de acções do BCP ficou pouco acima da média. Mas foi a desvalorização do preço que marcou a negociação.

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Julho de 2014 às 17:32
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Foram mais de 34 mil milhões de novas acções que passaram a compor o capital social do Banco Comercial Português a partir desta segunda-feira, 28 de Julho, na sequência do aumento de capital de 2.250 milhões de euros realizado nas últimas semanas. Um facto que conduz ao crescimento do número de acções dispersas em bolsa. Mas que não desencadeou uma troca de títulos intensa no seu arranque da negociação.

 

Foram transaccionadas 369 milhões de acções do banco liderado por Nuno Amado em bolsa (do total das 54,2  mil milhões que agora compõem o seu capital). O valor não é muito diferente do de sexta-feira (380 milhões), quando as novas acções ainda não se tinham estreado. A média dos últimos seis meses fica em 306 milhões.

 

Não houve, assim, uma forte pressão vendedora nos títulos do BCP mas a queda acabou mesmo por acontecer. As acções terminaram o dia a cair 2,69% para valerem 11,58 cêntimos. Na sessão, chegaram a recuar mais de 6% e nunca subiram a terreno positivo.

 

Os analistas consultados na semana passada pelo Negócios antecipavam que o arranque da negociação das novas acções poderia pressionar o preço dos títulos da instituição financeira, devido à realização de mais-valias (venda dos mesmos por parte dos investidores para obtenção do seu valor em dinheiro). Só 29% dos direitos que permitiam subscrever as novas acções do BCP trocaram de mãos (os accionistas antes do aumento de capital mantiveram, na sua maioria, as posições), ou seja, os especialistas previam que aqueles que não os alienaram poderiam aproveitar o arranque da negociação para vender. Isto porque o preço dos títulos em bolsa é superior ao preço que os investidores pagaram pelas novas acções.

 

Ainda há mais-valias para realizar 

Quem não vendeu os direitos quando estes foram retirados do valor das acções antigas poderia realizar mais-valias. O preço de referência é de 11,07 cêntimos pelas novas acções, resultando do valor de 8,101 cêntimos quando os direitos foram destacados (cada direito permitiu adquirir 1,75 novas acções) e de cada nova acção ter sido vendida a 6,5 cêntimos. Ao fecho da última sessão, estes investidores poderiam obter uma valorização em torno de 7,5% dos títulos em carteira. Quem optou por negociar direitos, pode também ter mais-valias para realizar. O valor dos direitos negociados em bolsa foi, em média, de 7,33 cêntimos. Aqui, o custo médio das novas acções foi de 10,68 cêntimos. O ganho a concretizar seria superior a 11%. Apesar da queda de hoje, as acções continuam a permitir realizar ganhos.

 

Os analistas consultados pelo Negócios na semana passada consideram que a operação de reforço de capital trouxe alguma confiança aos investidores, nomeadamente devido ao plano de reestruturação do banco em curso e ao objectivo da operação, em que se pretende acelerar o reembolso da ajuda estatal recebida em 2012. 

 

"Houve uma adesão enorme da base accionista", disse na semana passada o gestor financeiro do banco, Miguel Bragança. Ainda não houve muitas comunicações de alterações de participações qualificadas a não ser o espanhol Sabadell, que anunciou ter 5,53% do banco, e a seguradora Ageas, que superou os 2,01%.

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