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Energéticas russas disputam poder na bolsa
A Gazprom e a Rosneft, as duas principais energéticas russas, diminuíram a diferença de valor em bolsa, disputando agora o título da empresa mais valiosa.
A Gazprom é a maior produtora de gás a nível mundial. Mas a jóia da coroa russa tem sido penalizada pela queda dos preços da matéria-prima. O mesmo tem acontecido à petrolífera russa Rosneft, mas com uma queda menos acentuada, a petrolífera aproxima-se agora do valor em bolsa da Gazprom. De mais de 205 mil milhões de dólares (ao câmbio actual cerca de 183 mil milhões de euros) a diferença entre as duas caiu agora para 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros).
A Gazprom desvalorizou 20,5% no ano passado, penalizada pela queda da matéria-prima em mínimos de uma década, pelo aumento da concorrência e pelo impacto nas contas das despesas elevadas com investimento em novos gasodutos. Um contexto que ditou uma perda de 11 mil milhões de dólares (9,8 mil milhões de euros) do valor em bolsa. No final de 2015, a Gazprom valia 43,7 mil milhões de dólares (cerca de 39 mil milhões de euros ao câmbio actual) em bolsa.
Um valor que é apenas metade da sua capitalização bolsista em 2008, quando estava avaliada em 84,3 mil milhões de dólares, beneficiando da aposta de Vladimir Putin na energética para a recuperação da economia russa, após o fim da União Soviética. Com uma subida de 14,08% já este ano a empresa conseguiu entretanto recuperar alguns milhões. Elevou o seu valor de mercado para 50 mil milhões de dólares.
Mas a Rosneft sobe mais este ano. Com uma valorização de 30,55%, a rival está a aproximar-se da Gazproam. A tendência nas acções ao longo dos últimos anos também é de queda, devido ao colapso do petróleo, mas a dimensão é menor. Perdeu 0,97% em 2015. Assim, a petrolífera tem agora uma capitalização bolsista de 47,8 mil milhões de dólares. São apenas 2,2 mil milhões de dólares de diferença – que podem desaparecer ainda este ano, dizem os analistas.
Troca de posições em 2016?
"A Rosneft pode apanhar a Gazprom em valor de mercado já este ano", antecipa Andrey Polischuk, analista do Raiffeisen Bank, em Moscovo, à Bloomberg.
Aliados de Putin, com elevada influência no Kremlin, os líderes das energéticas, Alexey Miller e Igor Sechin, são também concorrentes de longa data. E a Rosneft tem procurado desafiar o monopólio da Gazprom no gás natural, beneficiando do crescimento no mercado para reforçar também o seu poder político.