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Efeitos secundários do stress na banca dos EUA ainda na mente de Powell
A banca norte-americana está sólida, tem liquidez e as preocupações com uma eventual crise do mercado imobiliário comercial estão concentradas nos bancos mais pequenos. Ainda assim, o líder da Fed garante que a estabilidade do sistema está a ser monitorizada.
O stress na banca regional norte-americana que levou à queda de três instituições financeiras e a um sell-off generalizado nos mercados financeiros globais já parece ter ficado para trás nas preocupações dos investidores, mas a Reserva Federal (Fed) ainda está a monitorizar a situação. Segundo o presidente Jerome Powell, o risco tanto de efeitos secundários como de uma crise no imobiliário comercial são preocupações para o banco central.
"Há uma grande quantidade de dados que mostram que poderá haver um certo desfasamento" nos efeitos ao nível do crédito, começou por explicar Jerome Powell, no fórum anual do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra. "Poderá haver outro canal do que aconteceu em março? É algo nas nossas mentes", referiu.
"É algo que estamos a acompanhar cuidadosamente", afirmou Jerome Powell. "Os grandes bancos não têm grandes concentrações de exposição ao imobiliário comercial. São mais os bancos mais pequenos. É algo que temos consciência e que estamos a monitorizar", disse, rejeitando que a decisão de fazer uma pausa na subida das taxas de juro nos EUA tenha estado relacionada com esse risco.
Jerome Powell falava no painel de governadores que encerra o Fórum BCE, no qual foi acompanhado pela presidente do BCE, Christine Lagarde e pelos homólogos do Reino Unido, Andrew Bailey, e do Japão, Kazuo Ueda. Os restantes membros do debate defenderam igualmente a solidez dos sistemas financeiros das regiões que supervisionam.
"Os rácios de capital estão elevados, a cobertura de liquidez também. Os bancos da Zona Euro estão bem", disse Lagarde, mas deixou uma ressalva: "A Europa não inclui a Suíça, muito obrigada".
Sem usar o nome do banco, a francesa pareceu mostrar alívio de não ter de lidar com o resgate do Credit Suisse. O governador do Banco de Inglaterra foi mais claro na referência à instituição financeira vendida ao UBS, dizendo que em casos semelhantes é preciso garantir que os deveres de supervisão estão a ser cumpridos.