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De Sintra a Madrid, Powell mantém a mensagem: juros podem subir "mais duas vezes este ano"

Jerome Powell sublinhou que "uma forte maioria" dos membros da Fed "esperam que seja apropriado subir mais duas vezes as taxas de juro até ao final do ano" e admitiu a possibilidade de intercalar pausas nas subidas juros com aumentos.

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O presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana viajou de Sintra a Madrid para repetir o mesmo mantra: o banco central vai continuar a subir os juros diretores. Durante uma conferência promovida pelo Banco de Espanha – um dia depois do Fórum BCE em Portugal – Jerome Powell sublinhou que "uma forte maioria" dos membros da Fed "esperam que seja apropriado subir mais duas vezes as taxas de juro até ao final do ano".

 

"As pressões inflacionistas mantêm-se elevadas e o processo de fazer com que a inflação regresse à meta dos 2% ainda tem um longo caminho para percorrer. O último "dot plot" publicado pelo banco central, após a reunião de política monetária que ocorreu em meados deste mês, aponta para que o picos da taxa dos fundos federais alcance um intervalo entre 5,5% e 5,75% este ano.

 

Atualmente, a taxa de juro norte-americana está num intervalo entre 5% e 5,25%. Ainda assim, Powell salvaguardou que "o momento e a dimensão de qualquer nova subida das taxas de juro vai depender da evolução económica".

 

"Os riscos de fazer demasiado ou muito pouco ainda não estão equilibrados", assim pode acontecer "que decidamos subir [as taxas de juro] numa reunião e não o façamos em outra [a seguir]. Por outro lado, também não fechamos a porta a aumentos consecutivos" dos juros diretores, explicou Jerome Powell.

 

Esta quarta-feira, durante o painel de governadores do Fórum BCE em Sintra, Powell juntou-se à homóloga da Zona Euro, Christine Lagarde, e ao líder do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, para apontar para na continuação da subida dos juros para fazer frente à inflação.

 

"A política ainda não foi restritiva o suficiente por tempo suficiente", disse  o presidente da Fed. Um dos bancos centrais que mais cedo começou e mais subiu juros desde o início do ciclo – em 15 meses foi um total de 500 pontos base –, a Fed resolveu no início do mês fazer uma pausa na estratégia.

 

Turbulência bancária: "Depósitos estabilizaram"

No que toca à turbulência bancária que se fez sentir em março nos EUA que levou ao fim do Silicon Valley Bank, First Republic Bank e Silvergate Capital, Powell assegurou que "a tensão já aliviou" e que "os depósitos já estão estáveis".

 

Ainda assim, "não devemos ser complacentes com a resiliência do sistema financeiro", enfatizou o Powell, salientando a necessidade da colaboração entre legisladores e reguladores nesta matéria, sobretudo a nível internacional.

 

Apesar de a turbulência no setor bancário ter desaparecido da mente dos investidores, mantém-se acesa na mente da Fed que continua a monitorizar a situação.

Esta quarta-feira, em Sintra, Powell revelou que "há uma grande quantidade de dados que mostram que poderá haver um certo desfasamento" nos efeitos ao nível do crédito. "Poderá haver outro canal do que aconteceu em março? É algo nas nossas mentes", referiu.

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