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Falcões vão continuar a voar este ano ao sabor dos dados, revelam atas da Fed
Quase todos os participantes no comité que define a política monetária da Fed consideraram na última reunião, em meados do mês passado, que seriam apropriados mais aumentos da taxa de juro diretora durante 2023
"Ao discutir as perspectivas sobre a política monetária, todos os participantes [do Comité Federal de Mercado Aberto, FOMC na sigla em inglês] continuaram a antecipar que, com a inflação ainda bem acima da meta de 2% e com o mercado de trabalho sobreaquecido, seria apropriado manter uma postura restritiva em termos de política monetária para atingir os objetivos do Comité", começam por referir as atas.
Na última reunião, a que dizem respeito estas atas, a Fed decidiu pela primeira vez desde o início do ciclo do aperto monetária realizar uma pausa na subida dos juros diretores, estando atualmente a taxa dos fundos federais fixada num intervalo entre 5% e 5,25%.
Além disso, após este encontro, foi divulgado o "dot plot", onde o banco central aponta para que o pico da taxa dos fundos federais alcance um intervalo entre 5,5% e 5,75% este ano.
Paralelamente, a maioria dos membros do comité de política monetária da Fed deu conta de que a incerteza sobre o "outlook" relativo ao desempenho da economia e da inflação se mantém envolto num elevado cenário de incerteza.
O FOMC deixou ainda claro que vai manter o seu modelo de avaliação e definição da sua política monetária reunião a reunião, mediante os dados económicos recebidos.
Assim, os membros da Fed enfatizaram "a importância de comunicar ao público a abordagem dependente dos dados".
Na realidade, a mensagem transmitida pelas atas do Comité de Mercado Aberto é uma novidade para o mercado, que na semana passada ouviu Powell a dizer claro e em bom som que o banco central vai continuar a subir os juros este ano.
Durante uma conferência promovida pelo Banco de Espanha – um dia depois do Fórum BCE em Portugal – Jerome Powell sublinhou que "uma forte maioria" dos membros da Fed "esperam que seja apropriado subir mais duas vezes as taxas de juro até ao final do ano".
"Os riscos de fazer demasiado ou muito pouco ainda não estão equilibrados", assim pode acontecer "que decidamos subir [as taxas de juro] numa reunião e não o façamos em outra [a seguir]. Por outro lado, também não fechamos a porta a aumentos consecutivos" dos juros diretores, o presidente do banco central.