Notícia
Direitos da Sonae Indústria negoceiam 94% abaixo do preço teórico (act.)
Os direitos de subscrição de novas acções da Sonae Indústria começaram a negociar a partir de hoje na bolsa portuguesa, com uma cotação bem inferior ao valor teórico que resulta do fecho de ontem de acções.
Os direitos de subscrição de novas acções da Sonae Indústria estão a negociar nos 2,50 cêntimos, uma cotação que se encontra mais de 93,9% abaixo do preço teórico que resulta da cotação de fecho de ontem das acções (4,071 euros).
Mesmo tendo em conta a cotação actual das acções da Sonae Indústria (3,67 cêntimos), os direitos estão a negociar com uma cotação muito inferior à teórica, o que representa uma situação de forte desequilíbrio entre dois títulos cujo valor está correlacionado. As acções caíram hoje 23,54% para 3,67 cêntimos.,
As acções da Sonae Indústria fecharam a sessão de segunda-feira a valer 4,8 cêntimos. A esta cotação corresponde um valor teórico dos direitos de subscrição de 4,071 euros. Os cálculos são fáceis de fazer. Cada direito permite comprar 107,142857142857 novas acções a 1 cêntimo cada uma. Assim, o valor do direito corresponde à multiplicação deste factor pela diferença entre a cotação de fecho das acções nesta segunda-feira (4,8 cêntimos) e o preço de subscrição das novas acções (1 cêntimo).
Tendo em conta a cotação actual da Sonae Indústria (3,67 cêntimos), os direitos de subscrição têm um valor teórico de 2,861 euros. Um preço que está muito acima da cotação actual dos direitos na bolsa (2,50 cêntimos).
O Millennium ib, na nota diária que envia a clientes, também cita este forte desequilíbrio. "Os direitos seguiam a cotar nos 0,03 euros, o que representa um preço implícito da acção de 0,0103 euros, muito abaixo do preço a que as acções seguiam efectivamente, de 0,0396 euros", refere o banco.
Quem comprar um direito de subscrição a esta cotação (2,50 cêntimos), pode subscrever 107 acções por um total de 1,095 euros. Na prática está a comprar cada acção a 1,02 cêntimos. Mas na bolsa as acções estão a negociar num valor muito superior (3,67 cêntimos). Neste cenário é contudo preciso ter em conta que as acções que este investidor vai receber ainda não estão disponíveis. Ou seja, nada garante que estão na mesma cotação quando as novas acções forem depositadas na sua conta.
Direitos destacaram das acções na quinta-feira
As acções da Sonae Indústria negociaram pela última vez com os direitos incorporados a 6 de Novembro, quinta-feira. Nessa sessão fecharam a valer 7,60 cêntimos. Com o destaque dos direitos, a acção passou a ter um valor teórico de 1,06 cêntimos e os direitos um valor teórico de 6,54 cêntimos. Contudo, na sessão seguinte, de sexta-feira, as acções dispararam mais de 500%, o que também impulsionou fortemente o valor teórico dos direitos.
Esta terça-feira, na primeira sessão em que os direitos estão a ser negociados em bolsa, a cotação destes títulos é muito inferior, mesmo tendo em conta o valor teórico que resultado do destaque dos direitos no final da sessão de quinta-feira da semana passada.
Desequilíbrio surge após subida de 500% das acções na sexta-feira
Nas operações de aumento de capital é normal existirem momentos de desequilíbrio entre as acções e os direitos, devido à maior pressão dos investidores sobre um dos títulos. Contudo um desequilíbrio desta dimensão é algo inédito, uma situação para a qual terá contribuído a subida de mais de 500% das acções na passada sexta-feira. E também o facto de o aumento de capital pressupor um investimento muito maior do que a posição detida por um investidor.
Assumindo como exemplo um accionista com 10.000 acções da Sonae Indústria, para acompanhar o aumento de capital terá que investir 10.714 euros, para uma posição que vale nesta altura 367 euros.
(Notícia actualizada às 17h42 com cotações de fecho)