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CTT: Maior queda de sempre. Menor cotação de sempre

Os CTT privatizados nunca valeram tão pouco. A queda de 13,99% segue-se a avaliações negativas das casas de investimento, após a revisão em baixa das perspectivas da empresa. A garantia de dividendos não segurou o título.

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Desde que se estrearam em bolsa, ou mais precisamente desde a privatização, os Correios de Portugal nunca tiveram uma cotação tão reduzida. Esta segunda-feira, 30 de Janeiro, a sessão foi de forte pressão vendedora, com um volume cinco vezes acima da média a pressionar o valor dos CTT.

 

5,171 euros. Foi nesta cotação que a empresa sob o comando de Francisco Lacerda (na foto) terminou o dia. Nunca valeu tão pouco desde que as acções dependem da evolução do mercado. Quando foi lançada em bolsa, a 4 de Dezembro de 2013, a empresa tinha as acções avaliadas em 5,52 euros.

 

A cotação de fecho desta segunda-feira – a mais baixa de toda a sessão – representa uma perda de 13,99% em relação a sexta-feira. A queda contribuiu para o deslize de 2,79% do PSI-20. Com o desempenho desta segunda-feira, os CTT acumulam uma perda de 19%, ou 1,245 euros, desde o início do ano.

 

A desvalorização da companhia que detém o Banco CTT deve-se, em grande parte, a uma forte pressão vendedora que existiu hoje. Foram transaccionadas 4,3 milhões de acções. 12 vezes mais do que na sexta-feira. Cinco vezes acima do habitual já que, em média, cada sessão nos últimos seis meses conta com um volume de 761 mil títulos.

 

A variação deve-se à revisão em baixa de várias estimativas de casas de investimento ou mesmo de considerações negativas feitas por analistas. O JPMorgan cortou em praticamente um terço o preço-alvo atribuído aos CTT, fixando-o em 6,05 euros e reduzindo a recomendação de "overweight" para "underweight". O BPI Equity Research diminuiu, também, a cotação esperada de 7 para 6,80 euros, mantendo uma recomendação de "neutral". Já o CaixaBI, embora sem mexer na avaliação, considera que houve um "desenvolvimento negativo para os CTT".

 

Em causa está a segunda revisão da estimativa de rendimentos a obter pela companhia de serviço postal. Na sexta-feira, os CTT emitiram um comunicado onde dizem que o volume de correio no quarto trimestre foi inferior ao previsto, o que terá impacto ao nível das receitas e do EBITDA. Os CTT estimam que a redução de 4,2% do correio no quarto trimestre implique uma redução entre "4% e 5% nos rendimentos operacionais de 2016". Estes dados justificam a revisão do BPI da avaliação, bem como dos resultados por acção, que o banco de investimento cortou em 5,7% em relação a 2016 e em 3% para o período 2017-2020.

 

Nem a garantia de manutenção de dividendos impediu a desvalorização das acções dos CTT. "Apesar desta actualização, a administração reafirma que poderá propor um dividendo mínimo de 0,48 euros por acção para 2016, pagável em 2017", adiantava o comunicado divulgado sexta-feira. 

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