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Condenação de Lula leva real para máximos após recorde na bolsa brasileira

A confirmação da condenação da sentença decretada em primeira instância a Lula da Silva reduz praticamente em absoluto as possibilidades de o ex-presidente se recandidatar à presidência do Brasil, uma notícia bem recebida pelos mercados.

Lusa
David Santiago dsantiago@negocios.pt 25 de Janeiro de 2018 às 15:15

A Ibovespa (principal índice bolsista brasileiro) atingiu um valor nunca alcançado na quarta-feira, tendo terminado a sessão a somar 3,72%, depois de conhecida a decisão judicial que confirmou a sentença de prisão a Lula da Silva decretada em Julho do ano passado em primeira instância. Esta quinta-feira, a Ibovespa não negoceia por ser feriado nacional no Brasil.

 

Ontem, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), de Porto Alegre, para o qual Lula recorreu da condenação a nove anos e meio de prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, decidiu confirmar a condenação, pedindo mesmo o agravamento da pena para 12 anos e um mês de prisão.

 

O facto de os três juízes do TRF-4 terem votado por unanimidade deixa a defesa do ex-presidente brasileiro com escassas alternativas de recursos que permitam viabilizar a candidatura de Lula da Silva às presidenciais agendadas para Outubro deste ano.

 

A expectativa de que a não recandidatura de Lula poderá contribuir para a normalização da vida agitada política brasileira, isto após longos meses de conflito político-institucional decorrente dos diversos casos de corrupção que atingiram altas figuras do regime, está assim a reforçar a confiança dos investidores.

 

É este optimismo que está também a contribuir para a valorização do real brasileiro nos mercados cambiais. Depois de na quarta-feira ter valorizado 2,88% contra o dólar para máximos (0,3189 dólares) de Outubro face à divisa norte-americana, o real segue hoje a subir comparativamente com a moeda americana, embora de forma mais moderada.

 

O real recupera assim das perdas acumuladas nas últimas semanas, em especial durante o mês de Dezembro, período em que registou quedas penalizado pelo fracasso na reforma ao sistema de pensões que o presidente Michel Temer pretendia aprovar.

 

A depreciação do real, aliada às dificuldades do Governo chefiado por Temer prosseguir reformas, levou a agência de notação financeira Standard & Poor’s a cortar o "rating" atribuído à República brasileira.

 

Por outro lado, também a justificar a valorização do real contra o dólar está a tendência de queda da divisa americana, que ontem se verificou de forma mais acentuada depois de o líder do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, ter defendido que é bom para o país um dólar ainda mais fraco.

 

Esta afirmação de Mnuchin reforçou a especulação de que as políticas proteccionistas advogadas pela administração liderada por Donald Trump poderão seguir no sentido de levar a uma ainda maior desvalorização do dólar. 

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