1 de Abril de 1976. Há exactamente 40 anos, nos EUA, numa garagem na Califórnia, Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne fundavam a Apple. Da garagem da Califórnia, a Apple chegou a Wall Street, agora com o título de empresa mais valiosa do mundo. Vale 604 mil milhões de dólares em bolsa. E há quem considere que vai chegar a um bilião de dólares.

Três meses depois da fundação, o trio lançava o Apple I, o primeiro computador da tecnológica. Mas, foi o surgimento dos "i" que criou uma das marcas mais fortes de sempre. O Iphone, que irá celebrar o décimo aniversário este Verão, é a "estrela" da Apple. Quando a tecnológica apresenta resultados, o crescimento dos lucros não é suficiente para convencer os investidores. São as perspectivas para a venda dos smartphones que mais contam. E a China, que em 2015 superou os EUA tornando-se o maior mercado, é agora um foco de preocupação para os investidores.

Este foi um dos motivos que ditou um saldo negativo nas acções da Apple, o ano passado, quando celebrou o 35.º aniversário em bolsa. As acções caíram quase 6%, após seis anos consecutivos de ganhos expressivos. Isto num ano, em que os analistas começaram a atribuir-lhe avaliações de 180 dólares por acção, que elevariam a sua capitalização bolsista para um bilião de dólares.

Apesar da queda o ano passado, o balanço histórico é mais do que positivo. Os títulos estrearam-se com um valor de 22 dólares em Dezembro de 1980 e valem agora 108,99 dólares. Seria uma valorização impressionante de 395%. Mas, após quatro operações de divisão dos títulos, o valor ajustado representa um ganho de mais de 20.000%.

A este ganho há que somar os dividendos atractivos que a tecnológica distribui para convencer os investidores. Em 2013, a Apple pagou 55 mil milhões de dólares em remuneração aos accionistas, num pacote que classificou como o maior de sempre. O ano passado este valor cresceu para 200 mil milhões de dólares.

A empresa distribui somas avultadas aos investidores, mas não descura a "almofada". As reservas da Apple são outro número chave nas apresentações dos resultados. Ultrapassaram os 200 mil milhões de dólares em 2015 - um valor que está muito próximo da riqueza anual de Portugal. Foi a primeira empresa a ultrapassar esta quantia. 

Mas, a história não foi sempre assim. É que além dos produtos, a Apple é também feita das "estrelas" que a gerem. Principalmente Steve Jobs. O fundador saiu da Apple em 1985 e voltou em 1996. Só alguns anos depois do seu regresso, as acções começaram a trajectória de forte ascensão, que as levou a superar os 120 dólares em 2015, já Jobs tinha morrido.

A tarefa cabe agora a Tim Cook, que tem de responder a vários desafios. Convencer os fãs da Apple a adorar o Apple Watch, lançar novos produtos e enfrentar questões relacionadas com a privacidade e com a responsabilidade corporativa. Num ano que está a ser marcado por algumas polémicas, chegou a ser ultrapassada pela Alphabet, no título de mais valiosa na bolsa. Mas recuperou o seu lugar e segue a valorizar 4,24% este ano, para 109,65 dólares.