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Carlos Tavares: "Interesses dos accionistas e da gestão nem sempre estão devidamente alinhados"

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) considera que casos como os do BPN, BPP, BCP, BES e PT revelam não apenas "problemas do governo societário mas também de ética".

23 de Fevereiro de 2015 às 17:08
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Carlos Tavares defendeu que, "como temos visto no passado recente, os interesses dos accionistas e da gestão nem sempre estão devidamente alinhados". E, por vezes, frisou o presidente da CMVM, mesmo "os interesses dos diversos accionistas também não estão necessariamente alinhados entre si".

 

Além disso, "há uma dimensão ética que deve estar presente no governo das sociedades e que não está necessariamente presente, infelizmente, nas decisões individuais em cada organização", acrescentou o presidente do regulador num almoço da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).

 

Carlos Tavares realçou que, no decorrer da crise financeira mundial, " as deficiências do governo societário [foram] apontadas como uma das causas da crise". Quase oito anos depois, "e apesar dos esforços que foram feitos sobretudo em termos regulatórios, subsistem ou retornam algumas das más prácticas do período pré-crise, também em Portugal", adiantou o presidente que enumerou os casos BPN, BPP, BCP, BES e PT, onde "encontramos problemas do governo societário mas também da ética".

 

"Em todos eles encontramos grandes défices no funcionamento dos mecanismos essenciais de governo societário e, no entanto, algumas destas empresas eram altamente avaliadas, seja pela CMVM, seja por entidades privadas e apresentavam excelentes relatórios de governo, no cumprimento de código de bom governo e respectivas recomendações", referiu Carlos Tavares no almoço que teve como tema "Governo das Sociedades e Responsabilidade Social das Empresas".

 

"A prática tem-nos ensinado que as regras e as recomendações têm que ser exigentes e precisas e que, mais do que avaliar o seu cumprimento formal, interessa avaliar e informar os accionistas de como se traduz esse cumprimento na prática e não apenas na forma", adiantou o presidente da CMVM.

 

"A responsabilidade social começa dentro da própria empresa, no comportamento dos gestores e administradores, na forma como são tratados, considerados e reconhecidos os seus colaboradores, na forma como são respeitados e defendidos os interesses daqueles que aplicam as suas poupanças ou seus recursos na empresa, na forma como a empresa se relaciona com os concorrentes, clientes e fornecedores", concluiu o presidente da CMVM. 

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