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Carlos Tavares: Caso BES teve um "efeito devastador" na credibilidade do mercado

Carlos Tavares, presidente da CMVM, alertou para o impacto do caso BES no mercado, num discurso na conferência do "Jogo da Bolsa". Devem ser tomadas medidas, defende, até porque, "infelizmente, as penas são ligeiras".

23 de Outubro de 2014 às 21:33
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A resolução ao BES foi anunciada há quase três meses e, desde então, o mercado nacional não voltou a ser o mesmo. Esta é pelo menos a opinião de Carlos Tavares, para quem este caso teve impacto também nos investidores. O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) defende que devem ser aprovadas medidas punitivas, por exemplo, para as mentiras e omissões ao regulador do mercado.

 

"O efeito devastador do caso BES/PT na confiança dos investidores e credibilidade do mercado", disse Carlos Tavares, na intervenção de abertura da conferência "Mercados Financeiros e Estratégias e Investimento", para apresentação do "Jogo da Bolsa", organizado pelo Negócios e o Banco Carregosa. O presidente da CMVM referia-se, assim, à fuga de investidores institucionais que se verificou no mercado português e defendeu que têm de ser tomadas medidas.

 

É preciso "garantir que a mentira, omissão ao regulador é fortemente penalizada", disse Carlos tavares. "Aqui [Portugal], infelizmente, as penas são ligeiras, se algumas", lamentou. O responsável do regulador do mercado argumentou ainda que "deve ser proibido o financiamento, directo ou indirecto, a accionistas, e o financiamento, directo ou indirecto, para a compra de acções próprias, de modo a evitar outro caso BES.

 

Uma posição também defendida por Raul Marques. "Nos últimos anos vemos que vários dos problemas que surgiram no mercado de capitais tiveram a ver com esse tipo de situações", salientou o presidente da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros. O responsável diz, neste sentido, que "a grande lição é de que devemos fazer [investimentos no mercado accionista] de forma diversificada" para reduzir riscos.

 

Os investidores não devem centrar-se "unicamente em empresas do próprio país", diz Rui Bárbara. "Se há alguma lição a tirar em termos de investidores particulares é ter alguma diversificação", defendeu o gestor de activos do Banco Carregosa. "Estes casos são extraordinários. Espero que se aprenda imenso", diz João Duque, professor catedrático do ISEG que, perante uma plateia de estudantes, defendeu que os investidores têm de agir. "O activismo dos investidores" não existe em Portugal, concluiu.

 

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