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CaixaBI elege Mota-Engil, Sonae, REN e Sonae Capital para investir em 2020
O banco de investimento elegeu as suas empresas preferidas para a bolsa portuguesa, antecipando um ano positivo no PSI-20. Potencial de subida é de 13%.
O CaixaBI divulgou a sua lista de ações preferidas para investir na bolsa de Lisboa em 2020. Mota-Engil, Sonae, REN e Sonae Capital são as quatro eleitas do banco de investimento para este ano.
Numa nota de investimento onde divulgou as suas "top picks" para 2020, o CaixaBI mostra-se otimista para o mercado acionista português. Os especialistas esperam que os mercados mantenham uma evolução positiva, suportados pela política expansionista do Banco Central Europeu (BCE) e, no caso português, pela descida do prémio de risco da República Portuguesa.
"As estimativas de resultados para as empresas portuguesas cobertas pelo CaixaBI mostram uma evolução positiva em 2020, com um crescimento projetado à volta de 16%", escreve a equipa de "research" do CaixaBI no relatório publicado esta semana. Partindo das suas avaliações para as empresas que segue, o CaixaBI atribui um potencial de subida de 13% ao PSI-20, este ano.
Segundo os analistas, "a visão positiva para o PSI-20 é também uma consequência de um baixo prémio de risco da República, na sequência da melhoria dos rácios da dívida e do Orçamento". Um ambiente que favorece as empresas com maior exposição à economia nacional.
Mota, a "Rainha da construção"
A Mota-Engil é uma das "top picks" para 2020. O banco de investimento atribui um preço-alvo de 2,20 euros e uma recomendação de "comprar" à construtora, argumentando que a companhia deverá beneficiar com a sua posição de liderança no mercado da construção nacional, bem como com a diversificação geográfica.
"A Mota-Engil é o ‘player’ líder na indústria da Construção & Engenharia em Portugal, mantendo uma sólida carteira de encomendas e um histórico, que deverão ser sustentadas pelo amplo programa de obras públicas nos próximos anos", antecipam os analistas, lembrando os projetos da construção do novo aeroporto, metro e linha férrea.
Além disso, a companhia deverá beneficiar da presença em mercados em forte crescimento, nomeadamente em África e na América Latina. No caso de África, o banco realça que a atividade deverá ser beneficiada por contratos mineiros de longo prazo em Moçambique e na Guiné.
O "target" do CaixaBI para a Mota-Engil atribui-lhe uma margem de progressão de 21,7%, face à cotação atual.
REN é a aposta segura
Apesar de estar otimista para a bolsa e para a economia portuguesa, o CaixaBI inclui na lista de preferidas uma aposta segura: a REN. A companhia é eleita pelo seu perfil defensivo e pela política de dividendos atrativa.
O CaixaBI avalia a companhia com um "target" de 3,25 euros, um preço que dá um potencial de 16% à ação, e uma ordem de compra. Os especialistas realçam que este vai ser um ano desafiante para a companhia, devido ao ambiente de baixas taxas de juro, "mas destacamos o histórico da companhia na redução de custos financeiros para compensar parcialmente a queda da remuneração dos ativos".
Por outro lado, a REN permanece um ativo de refúgio na bolsa, com um retorno de dividendo de 6,3%. Já a contribuição extraordinária aplicada ao setor continua a ser apontada como o principal risco para o título.
Sonae: Liderança no retalho e posição na Nos
A Sonae é outra das eleitas do CaixaBI para investir na bolsa em 2020. Os analistas, que avaliam a empresa com um "target" de 1,30 euros, destacam a posição de liderança da Sonae no mercado de retalho português.
"As receitas consolidadas deverão expandir-se a uma média anual de 4,9% entre 2019 e 2020, sobretudo suportadas pela Sonae MC", a líder do mercado retalhista em Portugal.
"A participação que a Sonae detém na Nos também é uma vantagem, com a Nos a ser a telecom que ganhou mais quota de mercado desde 2013 e com um forte histórico de geração de free-cash flow e uma política de dividendos muito interessante", acrescentam os analistas Artur Amaro e Nuno Castro.
Sonae Capital à boleia do turismo
A Sonae Capital fecha a lista de "top picks" para 2020. A empresa tem um preço-alvo de 1,15 euros e deverá beneficiar com o bom momento vivido pelo setor turístico no país, assim como o seu portefólio diversificado de empresas e estrutura acionista sólida.
"A Sonae Capital tem um caso de investimento interessante, suportado pelo bom desempenho e potencial de crescimento das suas unidades de negócio core (energia e fitness)", refere o banco de investimento.
Já a divisão de imobiliário "tem muito valor escondido que pode ser desbbloqueado pelo crescimento do turismo que Portugal tem vivido", antecipa o CaixaBI, que prevê que a venda destes ativos seja usada para financiar o crescimento das unidades de negócio da empresa, aumentar a remuneração acionista e reduzir a dívida.
"Este é um grupo com um portefólio diversificado de empresas com exposição a vários setores, que lhe permite explorar diferentes oportunidades e capturar valore de diferentes fontes", remata o CaixaBI.