Notícia
Bolsa nacional cai mais de 4% no saldo da semana
Foi uma semana negativa para o principal índice nacional, sendo esta a sétima semana consecutiva de quedas. A cotada que mais recuou no acumulado dos últimos cinco dias foi o Banif. Do lado oposto estiveram os CTT, a avançar menos de 1%.
No acumulado da semana, o PSI-20 recuou 4,33%, a maior queda das últimas 10 semanas, com 16 cotadas a desvalorizar, uma a ganhar terreno e uma inalterada. A bolsa fechou esta sexta-feira, 4 de Setembro, a perder 2,10% para 5.057,37 pontos, em linha com as restantes praças europeias, com o Stoxx 600 a recuar 2,39% para 353,59 pontos.
O Banif foi a cotada mais penalizada esta semana, tendo afundado 16,36%. Na sessão desta sexta-feira fechou a marcar um mínimo histórico nos 0,46 cêntimos. Ainda no sector bancário, o BCP recuou 12,05% no saldo dos últimos cinco dias, numa semana em que o novo conselho de administração da Oi passou a contar com um representante do banco. Esta queda não conseguiu ser amparada pela notícia de que a câmara alta do Parlamento polaco, o Senado, decidiu colocar para votação um diploma que exige um esforço menor aos bancos com presença na Polónia no alívio dos créditos pagos pelos clientes. A cotada fechou esta sexta-feira a cair mais de 3%. O BPI, por seu turno, recuou 6,41% no cômputo da semana.
O desempenho das cotadas do sector da construção que compõe o PSI-20 foi também negativo, com a Mota-Engil a mergulhar 6,93% nos últimos cinco dias, numa semana em que a empresa apresentou os resultados dos últimos seis meses desde ano e se ficou a saber que África deixou de ser o seu maior mercado. Apesar de a actividade do grupo em Angola ter caído no primeiro semestre 29%, a rentabilidade deste mercado está a aumentar porque a crise no país tem diminuído a concorrência. Esta semana também, a Mota-Engil subiu 12 lugares no ranking da Engineering News-Record das maiores construtoras mundiais em 2015, ocupando o 86º lugar.
No sector energético, a Galp liderou a queda da semana, recuando 5,54%. Já a EDP, a EDP Renováveis e a REN registaram perdas inferiores a 3%.
A semana da EDP, que recuou 2,48%, terminou com a notícia de que a energética contratou o Deutsche Bank e o UBS para coordenarem uma emissão de dívida híbrida em euros, juntamente com outros cinco bancos. O "road show" deverá começar a 7 de Setembro, avançou a Bloomberg.
A EDP Renováveis, por sua vez, caiu 2,72%. Esta sexta-feira, o El Conficencial avançou que a empresa portuguesa liderada por Manso Neto está a preparar a entrada na bolsa espanhola, em Outubro, de uma nova filial de energias renováveis com uma capacidade instalada de quase 1.000 megawatts.
A tendência foi de perdas também no sector do papel, com a Altri a afundar 6,01%, a Portucel a recuar 3,64% e a Semapa a perder 2,67%, numa semana que começou com Pedro Queiroz Pereira a figurar como o 5º mais poderoso da economia nacional na lista ‘Os mais poderoso de 2015’, elaborada pelo Negócios.
Sonae e Jerónimo Martins terminaram a semana no vermelho apesar de estarem a expandir os seus negócios internacionalmente. A retalhista dona da cadeia de supermercados Pingo Doce caiu 4,95% numa semana que terminou com a notícia de que arrancou com a segunda etapa de expansão na Colômbia, mercado onde está desde Março de 2013. A Sonae, por sua vez, recuou 4,82% numa semana em que entrou em quatro países da América Latina com a Zippy.
No sector das telecomunicações, Pharol e Nos também registaram perdas. A empresa de telecomunicações caiu 0,99% no cômputo da semana, enquanto a accionista da Oi recuou 3,52%, numa semana em que os accionistas da operadora brasileira aprovaram a reorganização da empresa. A semana foi também marcada pela renúncia de Nuno Vasconcellos ao cargo de membro do conselho de administração da Pharol e pela apresentação de resultados da empresa, que fechou o primeiro semestre com prejuízos de 14,2 milhões de euros.
A contrariar o sentimento negativo estiveram a Impresa, que se manteve inalterada, e os CTT, que avançaram 0,53% no saldo desta semana, que terminou com os analistas da unidade de investimento do BPI a subir o preço-alvo da empresa de correios e a recomendar "compra convicta".