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Bolsa sobe em dia de chuva de máximos
A bolsa nacional contrariou a tendência de queda que impera entre os congéneres europeus e subiu, à boleia da EDP, que ganhou quase 3%, e da Pharol, que disparou mais de 8,5%. Fora do principal índice nacional foram fixados oito máximos.
O PSI-20 fechou a apreciar 0,78% para 5.319,21 pontos, com 15 cotadas em alta e quatro em queda, num dia em que entre os congéneres europeus a tendência foi de quedas generalizadas, com destaque para a farmacêutica Roche, que perdeu mais de 5,5% depois de ter revelado dificuldades em explicar os resultados de um estudo na área do tratamento do cancro da mama.
Na praça lisboeta, a EDP tem sido o destaque, depois de ontem ter caído mais de 2%, a reflectir os receios dos investidores em relação às suspeitas de corrupção que recaem sobre o presidente da eléctrica, António Mexia, e o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, no âmbito de um processo de investigação sobre as compensações na energia. Os dois responsáveis foram mesmo constituídos arguidos.
Esta terça-feira, 6 de Junho, os responsáveis da EDP deram uma conferência de imprensa para explicar os contornos do processo. António Mexia garante que a eléctrica não beneficiou dos nos contratos de compensações, que cumpriu a lei e que esta questão não deverá colocar qualquer travão na oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a EDP Renováveis, cujos dados estão agora nas mãos do regulador do mercado de capitais.
As palavras de Mexia ajudaram os investidores a acalmarem os seus receios e as acções, que ainda chegaram a cair no arranque da sessão, fecharam a subir 2,84% para 3,257 euros. A EDP Renováveis também apreciou 0,98% para 6,997 euros.
A REN, que também está envolvida no processo com dois responsáveis também arguidos, terminou a sessão a valorizar-se 3,64% para 2,935 euros.
Ainda no sector da energia, a Galp registou um ganho ligeiro de 0,04% para 13,635 euros, num dia em que os preços do petróleo regressam às quedas. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a perder 0,51% para 49,22 dólares, depois de ontem o petróleo ter acabado por registar uma queda pronunciada, com os investidores a reflectirem os receios em torno do excesso de fornecimento desta matéria-prima no mercado.
A Pharol destaca-se pelos ganhos expressivos (8,61% para 0,29 euros), num dia em que não há notícias que sustentem este comportamento.
A Jerónimo Martins também contribuiu para o sentimento positivo, ao ganhar 0,82% para 17,725 euros.
Em queda estiveram as acções do BCP. Os títulos recuaram 1,23% para 0,2335 euros.
Já o Montepio, que tem estado sob os holofotes, terminou o dia com uma queda pronunciada, com as unidades de participação a descerem 5,95% para 0,585 euros, a aliviar das fortes subidas das últimas sessões quando beneficiou das notícias que dão conta da aproximação da Santa Casa ao Montepio. Ainda esta terça-feira, 6 de Junho, o Negócios adianta que comprar 10% do Montepio vai exigir que a Santa Casa mobilize quase 140 milhões. O investimento passará a representar mais de 18% do património da entidade liderada por Santana Lopes.
A Mota-Engil, que descontou hoje o dividendo de 13 cêntimos que vai distribuir pelos seus accionistas, fechou a subir 0,41% para 2,691 euros. Se não fosse este ajustamento técnico, as acções da construtora teriam subido mais de 5,5%, depois de o Haitong ter emitido uma nota de análise onde revê em alta a avaliação da Mota-Engil em 25%. Apesar desta melhoria, o actual preço-alvo do Haitong está abaixo da cotação.
A Corticeira Amorim registou um ganho de 0,52% para 12,65 euros, tendo renovado o máximo histórico durante a sessão ao tocar nos 12,95 euros.
Máximos fora do PSI-20
A subida das cotadas que estão fora da principal montra bolsista de Portugal continua. Esta terça-feira oito empresas tocaram em máximos de, pelo menos, um ano.
A Inapa subiu mais de 13% para 0,164 euros, tendo chegado a tocar nos 0,168 euros, o que corresponde ao valor mais elevado desde Abril de 2015. A subida foi acompanhada por uma elevada liquidez, tendo trocado de mãos mais de dois milhões de acções, quando a média diária dos últimos seis meses é inferior a 150 mil títulos. Este é mesmo o volume mais elevado desde Março de 2015.
Já a Impresa avançou 5,08% para 0,331 euros, tendo tocado nos 0,33 euros, o que corresponde ao nível mais alto desde Maio de 2016. Neste caso, com uma liquidez também elevada, tendo trocado de mãos mais de 1,38 milhões de títulos, quando a média é inferior a 550 mil acções diárias.
A Teixeira Duarte avançou 5,75% para 0,423 euros, tocando assim no nível mais alto desde Novembro de 2015. A liquidez também foi superior à média dos últimos seis meses (menos de 150 mil acções), mas com uma dimensão menor, tendo transaccionado mais de 830 mil títulos.
A Martifer também apreciou 1,64% para 0,371 euros, tendo negociado em máximos de Junho de 2015 (0,38 euros).
E, por fim, a SAG tocou no nível mais alto desde Julho de 2015 ao negociar nos 0,23 euros.
(Notícia actualizada às 16:56 com mais informação)