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Haitong eleva avaliação da Mota-Engil em 25%. Acções com potencial de queda de 6%

O Haitong está “mais positivo” para a Mota-Engil, com África em destaque. Ainda assim, os eventos positivos já estão descontados na acção. O banco de investimento aumentou o preço-alvo, que ainda assim confere às acções um potencial de queda superior a 6%.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
06 de Junho de 2017 às 09:22
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"A nossa avaliação passa de 2 euros por acção para 2,5 euros", com a recomendação a ser mantida em "neutral", pode ler-se numa nota de análise a que o Negócios teve acesso. A nova avaliação confere, ainda assim, um potencial de queda de 6,33% face à actual cotação (2,669 euros).


"A razão para mais optimismo está relacionada com África, onde as perspectivas parecem estar a melhorar com base nos preços mais altos das ‘commodities’, especialmente do carvão", adianta o analista Nuno Estácio, que assina a nota de análise.

 

"Pensamos que a história africana da Mota-Engil é muito atraente, já que a empresa é um ‘player’ chave na região, com um potencial enorme na construção de infraestruturas", adianta a mesma fonte.

 

O banco de investimento acredita que a Mota-Engil, liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto), "pode está prestes a regressar a um crescimento [em África], impulsionada pelo contrato na Tanzânia", no montante de 500 milhões de dólares.

 

Há também a possibilidade de em Portugal a construtora voltar a dar cartas, com a potencial construção de um novo aeroporto, bem como expectativa de investimentos ferroviários.

 

Estas são perspectivas positivas que o Haitong acredita que já estão "descontadas" no preço das acções, uma vez que a Mota-Engil tem tido um forte desempenho em bolsa.


"Se a empresa conseguir reduzir a dívida de forma orgânica, ao mesmo tempo que acelera o seu crescimento em África, então ponderaríamos tornar-nos mais positivos" no que respeita à Mota-Engil.

 

As acções da Mota-Engil estão a descer 0,41% para 2,669 euros, no dia em que está a descontar o dividendo referente ao exercício de 2016. A construtora vai pagar 13 cêntimos por acção. Não fosse este ajuste técnico e as acções estariam a subir mais de 1%.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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