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Bolsa russa dá maior tombo desde a crise de 2008. Rublo em queda
Perante os desenvolvimentos da tensão geopolítica entre Ucrânia, Rússia e EUA, os principais índices bolsistas tombaram e o rublo desvalorizou.
O principal índice russo, o Moex, chegou a tombar 14% durante a sessão para os 116,41 pontos, tendo, entretanto, aliviado para 119,65 pontos, renovando mínimos de 2008. Desde o início do ano, já acumula uma perda de 19,81%.
Apesar disso, o ETF (exchange traded fund) Van Eck Russia, que negoceia nos EUA e replica os principais títulos russos, viu o fluxo de fundos aumentar a meio do dia, estando a caminho do melhor desempenho mensal desde 2020.
O ETF recebeu novas entradas de capital de 102 milhões de dólares durante o dia, como não era visto desde 2020, de acordo com os dados da Bloomberg. Esta tendência poderá estar a ser influenciada pelo efeito cambial, conjugado com a menor liquidez no mercado norte-americano onde as principais bolsas estão fechadas em observância do aniversário de George Washington.
"O par cambial USDRUB caiu mais de 3% durante a sessão, à medida que a aversão ao risco aumenta. Os mercados aguardam a decisão final se a Rússia irá reconhecer oficialmente a independência das repúblicas separatistas", explicam os analistas da XTB. "O par USDRUB quebrou acima da resistência marcada pelos 77,85 que coincide com os níveis de Fibonacci nos 23,6%. O par aproxima-se da marca dos 80,00, que coincide com o limite superior da estrutura 1:1", acrescenta a corretora.
O mundo acordou esta segunda-feira com a perspetiva de um encontro entre Vladimir Putin e Joe Biden, mas o Kremlin já afirmou que "ainda é prematuro falar de planos [para este encontro entre os dois chefes de Estado]". Além disso, Moscovo informou que matou "cinco sabotadores" e destruiu "dois veículos blindados russos que cruzaram o território russo".
Ainda esta noite o presidente russo irá falar em direto na televisão, anunciando se reconhece ou não Luhansk e Donetsk como independentes. Como sublinha a XTB, "Muitos especialistas acreditam que as regiões serão reconhecidas como independentes". Entretanto, o governo da Ucrânia pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, que inclui a Rússia.