Notícia
Ucrânia e Rússia afundam bolsas europeias. Petróleo sobe e juros agravam
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Stoxx 600 renova mínimos de outubro. Putin pinta Europa de vermelho
As principais praças europeias encerraram a sessão desta segunda-feira no vermelho, depois de o Kremlin ter dissipado as esperanças dos investidores sobre um possível acordo com o Ocidente.
O Stoxx 600 caiu 1,3% para 454,81 pontos, renovando mínimos de outubro. Os 20 setores que compõe o "benchmark" europeu fecharam todos em território negativo com destaque para o setor tecnológico (-2,62%) e automóvel (-2,61%).
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX terminou a sessão a desvalorizar 1,18%, o alemão DAX 2,07% e o francês CAC 40 2,04%. Amesterdão mergulhou 2,04%, Milão 1,72% e Londres 0,39%. Lisboa foi quem mais perdeu, tendo registado uma queda de 2,46%.
O presidente russo Vladimir Putin decide esta segunda-feira se reconhece a independência das regiões ucranianas controladas pelos separatistas pró-russos.
A pesar no sentimento dos investidores estiveram ainda as declarações do Kremlin que, após ter sido divulgado que poderia haver uma reunião entre o chefe de Estado russo e Joe Biden, deram conta que "ainda é prematuro falar de planos [para este encontro entre os dois chefes de Estado]". Além disso, Moscovo informou que matou "cinco sabotadores" e destruiu "dois veículos blindados russos que cruzaram o território russo".
O mercado foi ainda confrontado com as palavras da governadora da Reserva Federal norte-americana, Michelle Bowman, que esta segunda-feira, apoiou uma subida das taxas de juro na ordem "dos 50 pontos base", segundo avança a Bloomberg.
"A crise ucraniana em conjunto com a perspetiva de aumento das taxas de juro por parte de alguns bancos centrais está a afligir o mercado", comentou Su-Lin Ong, analista do Royal Bank of Canada.
Nos EUA, Wall Street esteve encerrada por ocasião do feriado que comemora o aniversário de George Washington, primeiro presidente dos EUA.
Juros da dívida agravam na zona euro
Os juros das dívidas europeias a dez anos agravavam, invertendo a tendência do início da sessão. A "yield" das bunds alemãs, vistas como a referência para o bloco europeu, estão a subir 0,9 pontos base para os 0,196%, depois de terem arrancado a sessão a bater nos 0,216%. Desde o dia 31 de janeiro o juro destes títulos negoceia em terreno positivo.
Itália é o país onde os juros das obrigações com maturidade a dez anos estão a subir de forma mais expressiva (6,9 pontos base) para 1,904%. Em França, a yield da dívida soberana com a mesma maturidade aumenta 2,5 pontos base para 0,707%.
Na Península Ibérica, os juros espanhóis estão a subir 3,5 pontos base para 1,234%, enquanto em Portugal avançam 3,2 pontos base para 1,109%. Desde o dia 7 de fevereiro, que as yields sobre a dívida nacional estão acima de 1%, algo que não era visto desde o arranque da pandemia.
Os juros das dívidas públicas têm registado um movimento de agravamento em 2022, devido às pressões inflacionistas, que continuam sem dar sinais de alívio, no entanto esta tendência de subida agravou-se desde o início deste mês.
Ouro cai de máximos de oito meses. Euro sobe
Depois de renovar máximos de oito meses, o ouro segue a cair esta segunda-feira, devido ao aumento do apetite pelo risco, motivado pelo anúncio de uma reunião entre o presidente norte-americano Joe Biden e o homólogo russo Vladimir Putin.
O metal amarelo desvaloriza 0,14% para 1.895,70 dólares por a onça, depois de ter chegado a subir no início da sessão para 1.906,34 dólares a onça, o valor mais alto desde o dia 3 de junho. Platina, paládio e prata seguiam em contraciclo.
A tensão geopolítica entre Ucrânia, Rússia e Ocidente levou o ouro a ter um "fevereiro dourado". Os analistas acreditam que o rali não para por aqui. "Não podemos dizer que o investimento em ouro vai parar. Acreditamos que haverá mais compras por impulso, devido ao grau de incerteza que se vive no Leste", escreveu Joni Teves, analista de mercado do UBS, numa nota de "research" citada pela Bloomberg.
O especialista do banco suíço vê sinais de que o metal amarelo ainda "pode tocar nos 1.920 dólares, ou até mesmo 1.950 dólares, a onça", a curto prazo.
Esta segunda-feira, depois de o mundo ter acordado com a boa notícia de uma reunião entre Vladimir Putin e Joe Biden, o Kremlin já afirmou que "ainda é prematuro falar de planos [para este encontro entre os dois chefes de Estado]". Além disso, Moscovo informou que matou "cinco sabotadores" e destruiu "dois veículos blindados russos que cruzaram o território russo".
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg -- que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais --- desliza 0,2% para 95,70 pontos. Por sua vez, o euro sobe 0,11% para 1,1335 dólares.
Petróleo avança com perspetivas de maior procura
Os preços do petróleo seguem em alta após indicações de nomes de peso na indústria de que esperam uma recuperação da procura mais acentuada. A gigante Saudi Aramco, maior produtor mundial, indicou ver sinais de aumento da procura, em particular na Ásia.
O CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser, defendeu, num discurso em Riade, que "com a retoma global a que assistimos agora, existe maior procura e vemos isso em diversas geografias, particularmente na Ásia.
Já o CEO do Vitol Group, o maior trader mundial, considerou, em entrevista à Bloomberg TV, que os preços do crude poderão manter-se acima dos 100 dólares por um período longo. "A procura vai disparar na segunda metade do ano" e superar os 100 milhões de barris diários se o setor das viagens continuar a regressar à normalidade, disse Russell Hardy.
No entanto, as atenções continuam também centradas na evolução da situação na Ucrânia. "A preocupação é que se a tensão no Leste europeu escalar mais alguma da oferta poderá ser afetada intencionalmente", refere à Bloomberg Giovanni Staunovo, analista de "commodities" do UBS.
Os contratos de março do West Texas Intermediate (WTI), que expiram amanha, avançam 1,35%, para 92,30 dólares por barril. Já o barril de Brent, referência na Europa, para entrega em abril sobe 1,67%, para os 95,10 dólares.
Bolsas europeias a negociar de forma mista. Setor do turismo lidera ganhos
As bolsas europeias estão a oscilar entre perdas e ganhos esta manhã, atentas aos desenvolvimentos ligados à Ucrânia.
Perante este cenário, o Stoxx 600 está a valorizar 0,34% para 462,38 pontos. Os setores estão também mistos - do lado das valorizações, destaca-se o setor das viagens, que soma 1%, seguido pelos recursos básicos, também com 1%.
Já no lado das quedas, o setor da tecnologia está a desvalorizar 0,72%, habitualmente mais sensível ao agravamento das yields.
Das 600 cotadas que compõem este índice, 299 estão a subir, contra 290 a descer. Do lado dos ganhos, destacam-se a IAG, que avança 2,95%, e a Wizzair, que soma 2,35%.
O PSI-20 está em terreno negativo, a ceder 0,67%, enquanto o índice espanhol está a valorizar 0,58% e o alemão DAX soma 0,51%. Já o francês CAC 40 acompanha Lisboa nas quedas e cede 0,33%. O inglês FTSE avança 0,73%, enquanto Amesterdão está a ceder 0,78% e a liderar entre as quedas na Europa. Já em Milão regista-se uma desvalorização de 0,06%.
Juros das dívidas europeias voltam a subir
Os juros das dívidas europeias a dez anos estão a subir de forma generalizada na zona euro esta manhã.
As bunds alemãs, vistas como a referência para o bloco europeu, estão a subir 2,9 pontos base para os 0,216%. Os juros a dez anos das obrigações alemãs estavam a aliviar ao longo das três últimas sessões e, na sexta-feira, ficaram abaixo dos 0,19%. Esta manhã, voltam a negociar acima de 0,2%.
Em Itália, os juros com maturidade a dez anos estão a subir 3 pontos base para 1,865%.
Na Península Ibérica, os juros espanhóis estão a subir 2,9 pontos base para 1,228%, enquanto em Portugal avançam 2,5 pontos base para 1,103%.
Petróleo desvaloriza com notícias ligadas a encontro sobre a Ucrânia
As notícias ligadas a um possível encontro entre Joe Biden e Vladimir Putin - ainda que o Kremlin já tenha avançado que, pelo menos do lado russo, ainda não há "planos concretos" - está a pesar no petróleo.
O "ouro negro" está a negociar com quedas ligeiras, tanto no caso do WTI como no brent do Mar do Norte.
A subida do petróleo tem sido amparada pelo agudizar da tensão na Ucrânia, aumentando a procura por esta matéria-prima. Mas, com um aparente aliviar trazido pelas notícias mais recentes, o petróleo perde terreno.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, está a desvalorizar 0,11% para 90,97 dólares por barril. Já o brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a ceder 0,15% para 93,40 dólares por barril.
"O mercado do petróleo continua a ser penalizado pelos desenvolvimentos ligados à Rússia e à Ucrânia", comenta Warren Patterson, líder da área de estratégia de 'commodities' da ING Groep. "A proposta de uma cimeira oferece algum alívio ao mercado, já que sugere que ambos os lados estão ainda disponíveis para um diálogo".
Encontro entre líderes dos EUA e Rússia penaliza dólar. Euro ganha balanço
Duas das principais moedas europeias, o euro e a libra esterlina, ganharam novo fôlego neste início de semana.
A moeda única está a registar ganhos de 0,49% perante o dólar, a avançar para 1,1378 dólares, o valor mais elevado em mais de uma semana. As notícias sobre um possível encontro entre Joe Biden e Vladimir Putin, proposto por França para discutir a tensão na Ucrânia, está a penalizar a procura pelo dólar e a dar força às divisas europeias. O euro recupera assim das duas últimas sessões no vermelho, regressando aos ganhos.
Por seu turno, a libra esterlina está a somar 0,3% face ao dólar, para 1,3630 euros. A moeda britânica negoceia assim num máximo de mais de um mês.
Já o dólar norte-americano está a desvalorizar esta manhã. A "nota verde" está a ceder 0,33% perante um cabaz composto por divisas rivais, eliminando os ganhos de 0,25% da passada sexta-feira.
Ouro no vermelho depois de ter tocado em máximo de oito meses
A possibilidade de um encontro entre Joe Biden e Vladimir Putin para dialogar sobre a questão na Ucrânia está a gerar um aparente alívio nos mercados e a fazer recuar o valor do ouro. Proposto por França, este encontro terá como principal objetivo a discussão diplomática, num momento em que os EUA receiam que a Rússia avance para solo ucraniano.
Ao longo da última semana, o ouro tem vindo a escalar de valor e a aproximar-se a passos largos da fasquia dos 1.900 dólares por onça devido à tensão na Ucrânia. Perante a incerteza na vertente geopolítica, os investidores têm procurado algum refúgio junto do ouro, alavancado o valor deste metal preciso.
Embora nesta sessão o ouro já tenha estado a negociar nos 1.906,70 dólares por onça, um máximo de oito meses, referente a 3 de junho, o ouro está agora no vermelho. Nesta altura, cede 0,31% para 1.892,53 dólares por onça.
Possibilidade de um encontro entre Biden e Putin anima futuros europeus
Os futuros do Stoxx 50 estão a apontar para uma abertura em terreno positivo, nesta altura a avançar 0,8%. A possibilidade de um encontro entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e Vladimir Putin, o homólogo russo, tendo em vista um diálogo sobre a situação na Ucrânia, estará a dar algum alento aos investidores.
O tema da tensão entre a Rússia e a Ucrânia continua, assim, no centro das atenções dos investidores, que têm vindo a demonstrar um menor apetite por risco sempre que há desenvolvimentos ligados a um agudizar da tensão na Ucrânia.
De acordo com a imprensa internacional, caso Moscovo não avance com uma invasão à Ucrânia nos próximos dias, o encontro entre Biden e Putin poderá acontecer no final desta semana.
Já na Ásia, a sessão decorreu de forma mista: no Japão, tanto o Nikkei como o Topix recuaram, com quedas de 0,78% e 0,71%, respetivamente. Já na Coreia do Sul, o Kospi fechou no vermelho por uma "unha negra", ao ceder 0,03%.
Em Hong Kong, o Hang Seng derrapou 0,83%, num dia em que o setor imobiliário voltou a pressionar o índice, com mais um promotor imobiliário chinês, o Zhenro Properties, a deixar alertas sobre uma situação de "default". As ações da empresa chegaram a afundar 17% em Hong Kong e os efeitos fizeram-se sentir também nos títulos de outras empresas do setor.