Notícia
Bolhas de activos estão cada vez mais empoladas. E a culpa é dos bancos centrais
A generosidade dos programas de "quantitative easing", que injectaram biliões na economia, levou os investidores a uma maior predisposição pelo risco. Isso, somado a juros baixos e retorno reduzido dos activos de renda fixa. O resultado são bolhas cada vez mais empoladas, avisa o BoAML.
Adoptados como forma de introduzir liquidez na economia e fazer regressar o crédito às famílias, os massivos programas expansionistas dos bancos centrais, nomeadamente o "quantitative easing" com a compra de activos, estão a ter um efeito secundário. E cada vez mais evidente.
A conclusão é do Bank of America Merrill Lynch (BofaML) numa nota de "research", que vê na explosão do valor de activos como a Bitcoin (que este ano quase quintuplicou de valor) não uma anomalia mas o sintoma de uma nova era de cada vez maiores explosões.
Segundo a Bloomberg, os quase 14 biliões de dólares injectados na economia pelos bancos centrais nos últimos anos favoreceram a atitude mais arriscada dos investidores, ansiosos pela obtenção de retorno quando os activos de renda fixa - como as obrigações, por exemplo - pouco davam a ganhar.
"Passada a crise financeira, a generosidade dos bancos centrais parece estar a induzir ganhos mais rápidos e acentuados nos activos, em comparação com o que aconteceu no passado. (...) O comportamento especulador nos activos está a crescer com maior frequência e em mais domínios do que apenas nos mercados de crédito," afirmam os analistas na nota.
Contudo, o Bank of America diz que tal não significa que estas bolhas estejam prestes a rebentar. Mas manifestam uma certeza: o ciclo de crédito agressivo só parará quando for travada a injecção de liquidez ou com um choque inflacionista.
Enquanto a Reserva Federal já colocou fim ao seu programa de compra de activos - debatendo-se agora a redução do balanço da instituição -, na Zona Euro o "quantitative easing" mantém-se, apesar da redução recente de 80 para 60 mil milhões de euros do objectivo mensal de compras. O mercado espera que das próximas reuniões do conselho de governadores possam sair pistas sobre a progressiva descontinuação do programa na Zona Euro, em função da subida da inflação para valores alinhados com o mandato do BCE - próximos mas abaixo do 2%.
Na nota, em que se pergunta se as bolhas de activos "estarão a tornar-se mais empoladas," o banco aponta ainda a descida das taxas de juro como elemento indutor de comportamento especulativo sobre os activos. E compara várias "bolhas" para demonstrar que as da criptomoeda ou da volatilidade inversa (apostas de fundos transaccionados em bolsa na queda da volatilidade) estão a disparar muito mais rapidamente e para níveis muito mais elevados do que a bolha das tecnológicas entre 1998 e 2000, a do imobiliário entre 2003 e 2007 ou a do Topix de 1982 a 1989.
Compare-se: no caso das acções japonesas as valorizações foram de 440% ao longo de sete anos; a bitcoin já acumula ganhos de 1.800% desde meados de 2015, em pouco mais de dois anos. Ao pé deste balão, a queda pronunciada de ontem no valor da moeda electrónica - de cerca de 10%, depois de o banco central da China ter considerado ilegal qualquer oferta pública inicial de moedas - é um mero um sopro.
A conclusão é do Bank of America Merrill Lynch (BofaML) numa nota de "research", que vê na explosão do valor de activos como a Bitcoin (que este ano quase quintuplicou de valor) não uma anomalia mas o sintoma de uma nova era de cada vez maiores explosões.
"Passada a crise financeira, a generosidade dos bancos centrais parece estar a induzir ganhos mais rápidos e acentuados nos activos, em comparação com o que aconteceu no passado. (...) O comportamento especulador nos activos está a crescer com maior frequência e em mais domínios do que apenas nos mercados de crédito," afirmam os analistas na nota.
Contudo, o Bank of America diz que tal não significa que estas bolhas estejam prestes a rebentar. Mas manifestam uma certeza: o ciclo de crédito agressivo só parará quando for travada a injecção de liquidez ou com um choque inflacionista.
Enquanto a Reserva Federal já colocou fim ao seu programa de compra de activos - debatendo-se agora a redução do balanço da instituição -, na Zona Euro o "quantitative easing" mantém-se, apesar da redução recente de 80 para 60 mil milhões de euros do objectivo mensal de compras. O mercado espera que das próximas reuniões do conselho de governadores possam sair pistas sobre a progressiva descontinuação do programa na Zona Euro, em função da subida da inflação para valores alinhados com o mandato do BCE - próximos mas abaixo do 2%.
Na nota, em que se pergunta se as bolhas de activos "estarão a tornar-se mais empoladas," o banco aponta ainda a descida das taxas de juro como elemento indutor de comportamento especulativo sobre os activos. E compara várias "bolhas" para demonstrar que as da criptomoeda ou da volatilidade inversa (apostas de fundos transaccionados em bolsa na queda da volatilidade) estão a disparar muito mais rapidamente e para níveis muito mais elevados do que a bolha das tecnológicas entre 1998 e 2000, a do imobiliário entre 2003 e 2007 ou a do Topix de 1982 a 1989.
Compare-se: no caso das acções japonesas as valorizações foram de 440% ao longo de sete anos; a bitcoin já acumula ganhos de 1.800% desde meados de 2015, em pouco mais de dois anos. Ao pé deste balão, a queda pronunciada de ontem no valor da moeda electrónica - de cerca de 10%, depois de o banco central da China ter considerado ilegal qualquer oferta pública inicial de moedas - é um mero um sopro.