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BCP afunda 5% depois do primeiro trimestre com lucros desde 2012

A dependência dos resultados do BCP face às operações de venda de dívida pode explicar a queda dos títulos do banco. Contudo, também pesou a situação na Grécia, que afundou toda a Europa.

Bruno Simão/Negócios
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Foi com uma queda de 5% que as acções do Banco Comercial Português receberam os primeiros lucros trimestrais em três anos. O banco foi arrastado pelo cenário grego, com receios de incumprimento caso não haja acordo entre Atenas e Bruxelas.

 

Durante a manhã, os títulos até estiveram em alta mas, no fecho da sessão, as acções da instituição presidida por Nuno Amado (na foto) recuaram 5,38% para negociarem nos 8,79 cêntimos, tendo até liderado as perdas no índice de referência português. O PSI-20 cedeu 2,41%, seguindo a tendência de quedas da Europa, novamente devido ao receio de uma falta de entendimento da Grécia com os parceiros europeus.

 

Esta foi a primeira sessão depois de divulgados os resultados dos primeiros três meses de 2015 do BCP, em que houve um regresso aos lucros, com 70,4 milhões de euros. Um resultado que beneficiou da melhor margem financeira (diferença entre juros pagos em depósitos e juros recebidos em créditos e que serve de base de receita do negócio bancário) mas também de operações financeiras.  

 

Contudo, apesar de ter sido o primeiro trimestre positivo nas contas desde os primeiros três meses de 2012, as acções caíram, corrigindo da subida superior a 4% que os investidores proporcionaram aos títulos do BCP na sessão de ontem, antes da divulgação das contas trimestrais.

 

Steven Santos, gestor da XTB Portugal, aponta para um dos problemas que pode estar na origem da percepção negativa dos investidores: o forte peso da venda de dívida pública portuguesa, que impulsionou o negócio obtido em operações financeiras. "A dependência desta fonte de receitas, responsável por 200,1 milhões de euros, é grave, na medida em que as oportunidades no mercado de dívida soberana estão a esgotar-se rapidamente", indica Steven Santos em nota enviada. 

 

Tanto o UBS como o CaixaBI elogiaram os resultados alcançados pelo banco, sublinhando que superam aqueles que era por eles antecipados. A unidade de investimento da CGD comenta que as contas traduzem "o primeiro trimestre com resultados positivos desde o primeiro trimestre de 2012", verificando-se assim "uma dinâmica de recuperação da margem financeira consolidada do banco de subida de 39% em termos homólogos". Uma margem financeira que melhorou com menores custos dos depósitos e das obrigações injectados pelo Estado, já que o BCP devolveu ajuda estatal no ano passado.

 

A primeira sessão depois de revelados os resultados foi movimentada em termos de volume. Trocaram de mãos perto de 384 milhões de títulos representativos do capital do banco privado, acima da média semestral de 280 milhões.

 

O BCP, que se mostra disponível para entrar em conversações com o BPI para uma eventual fusão, está avaliado pelo mercado em 4.790,8 milhões de euros.

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